Cozinhe a mandiioca e corte em quadradinhos. Coloque em travessa que vai ao forno e misture com queijo mussarella cortado em cubinhos. Cubra com um pouco de molho branco e queijo ralado. Leve ao forno para gratinar.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Bonito e Pantanal no Turismo Ecológico no Brasil - Guia 4 rodas
Bonito consegue abrigar em uma única região cachoeiras, grutas, nascentes e rios de águas cristalinas. Caminhada, mergulho e rapel são algumas das atividades praticadas no município, que fica na encosta da Serra da Bodoquena, cadeia de montanhas cuja altura não ultrapassa 720 m. Na vegetação, predomina o cerrado, com matas nas margens dos rios, destacando-se espécies de árvores como perobas - rosas, angicos e alecrins. A região é habitada por macacos, tamanduás, emas e aves silvestres. A grande concentração de calcário no solo é um dos segredos da natureza de Bonito.
A presença do calcário não deixa partículas suspensas, garantindo a transparência das águas. As rochas calcárias ainda permitem que a água corra por dutos subterrâneos, que formam rios interiores e sumidouros, criando inúmeras cachoeiras e cavernas. Na alta temporada (janeiro, julho e feriados), reserve com antecedência os passeios, que têm número limitado de visitas diárias. Todas as atrações estão em propriedade particulares e o visitante só é admitido acompanhado por guia credenciado pela EMBRATUR.
A presença do calcário não deixa partículas suspensas, garantindo a transparência das águas. As rochas calcárias ainda permitem que a água corra por dutos subterrâneos, que formam rios interiores e sumidouros, criando inúmeras cachoeiras e cavernas. Na alta temporada (janeiro, julho e feriados), reserve com antecedência os passeios, que têm número limitado de visitas diárias. Todas as atrações estão em propriedade particulares e o visitante só é admitido acompanhado por guia credenciado pela EMBRATUR.
Pantanal já acumula 963 focos de calor
O número de focos de calor no Pantanal já chega a 963, no período de junho a 14 de setembro. Os dados são do DPI/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, com recorte feito pelo Laboratório de Sensoriamento Remoto da Embrapa Pantanal. A sub-região com mais focos de calor é a Nabileque (275), seguida da Paiaguás (202), de acordo com o analista Luiz Alberto Pellegrin, do laboratório.
A climatologista Balbina Maria Araújo Soriano, pesquisadora da Embrapa Pantanal (unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA), explica que os focos de calor não representam, necessariamente, queimadas.
Os focos de calor são temperaturas registradas acima de 47º C, com base em dados captados por satélites (INPE).
As queimadas são uma antiga prática de manejo que utiliza o fogo de forma controlada para viabilizar a agricultura ou renovar as pastagens. O incêndio é o fogo sem controle que incide sobre qualquer forma de vegetação, podendo ser provocado por diversos fatores.
As queimadas também têm afetado o clima, porque o gás carbônico contido na fumaça proveniente desse incêndio sobe para a atmosfera e se junta a outros gases aumentando o efeito estufa.
Esses gases formam uma espécie de cobertor cada dia mais espesso, que torna o planeta cada dia mais quente e não permite a saída de radiação solar.
O efeito estufa é um fenômeno natural para manter o planeta aquecido. Se não houvesse o efeito estufa, a temperatura média da Terra seria –18º em vez dos + 15º. O problema, segundo Balbina, é que, ao lançar muitos gases de efeito estufa (GEEs) na atmosfera, o planeta se torna quente demais, podendo levar a graves conseqüências.
Os dados sobre focos de calor referem-se ao Pantanal e incluem vários municípios. Em Corumbá o DPI/INPE registrou de junho a 14 de setembro 407 focos de calor. É o município do Mato Grosso do Sul com maior número de focos, seguido por Porto Murtinho e Aquidauana (153 cada) e Miranda (117).
Balbina disse ainda que o Mato Grosso do Sul aparece como o sexto Estado do Brasil em número de focos de calor, somando 1.148 unidades até a última sexta-feira. O campeão deste ranking é o Mato Grosso, com 9.930 focos, vindo a interferir nas condições atmosféricas de Corumbá. “A fumaça das queimadas que ocorrem em Mato Grosso são transportadas por correntes de ar que chegam ao Mato Grosso do Sul, atingindo a região de Corumbá. Elas se juntam com as condições locais, aumentando a concentração de fumaça, causando problemas à população corumbaense”, explicou a climatologista.
CHUVAS
A Embrapa Pantanal monitora regularmente os parâmetros meteorológicos (chuvas e umidade relativa do ar, etc), coletados na Estação Climatológica de Corumbá, localizada em Corumbá e pertencente ao Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), e na Estação Climatológica de Nhumirim, instalada na fazenda Nhumirim, da Embrapa Pantanal, localizada na sub-região da Nhecolândia. Esta estação mantém convênio com o Inmet.
A pesquisadora acompanha os índices pluviométricos em Corumbá e no Pantanal (fazenda Nhumirim). De acordo com ela, no período de junho a 14 de setembro choveu na cidade apenas 19,2 mm, índice equivalente a 13% da média histórica para este período, que é de 140 mm.
Também de junho a 14 de setembro choveu na Nhumirim 12,2 mm, ou 11% da média histórica para o período, que é de 111 mm.
“O baixo valor de chuva registrado em julho não alterou o quadro de estiagem na região”, afirmou Balbina.
Segundo previsão climática do Inmet e CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), no trimestre que vai de setembro a novembro as chuvas deverão ficar abaixo da média histórica, com grande variabilidade espacial.
UMIDADE
Segundo Balbina, o ar continua muito seco sobre a cidade de Corumbá, devido à influência de uma massa de ar seco atuando sobre a região Centro-Oeste, que inibe a formação de nuvens de chuva.
Os índices mais baixos de umidade relativa do ar em setembro, no período do meio-dia às 16h, variam de 13% a 20%, considerados estado de alerta.
Como conseqüência, a cidade tem vivido nos últimos dias alguns transtornos, como cancelamento de vôos por falta de visibilidade, já que uma névoa cobre o município. Doenças respiratórias e emagrecimento do gado são outros efeitos da estiagem, que é prevista para este período.
Mais informações:
Ana Maio
Jornalista – Mtb – 21.928
Área de Comunicação e Negócios
Embrapa Pantanal, Corumbá (MS)
(67) 3233-2430 –ramal 235
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Recursos administrativos suspendem licitação do Aquário do Pantanal, obra de R$ 80 mil
Aviso da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) publicado nesta segunda-feira (27) em Diário Oficial suspende a licitação para a construção do prédio do Centro de Pesquisa e de Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira, o Aquário do Pantanal. A reunião entre as empresas e a comissão julgadora seria realizada na quarta-feira, dia 29, às 9 horas. Mas, está sendo suspensa por força de recursos administrativos interpostos. A obra é orçada em R$ 80 milhões e o governo quer começar construção em março de 2011.
A reportagem do Midiamax já entrou em contato com o governo do Estado, mas até a publicação desta matéria não havia qualquer detalhe sobre os recursos administrativos interpostos. Não há ainda nova data prevista para a licitação da obra.
A primeira data para que as empresas comprovassem estar habilitadas para o julgamento das propostas era 16 de dezembro. Mas, como todas as cinco concorrentes foram consideradas inabilitadas, a Agesul ampliou o prazo em oito dias para que as empresas comprovassem as exigências previstas no edital referentes à habilitação.
Na quarta-feira, somente as empresas habilitadas teriam as propostas abertas e analisadas. Em caso de nova inabilidade de todas as correntes, o governo teria que abrir nova concorrência.
Conforme a Agesul, disputam a licitação a Egelte Engenharia Ltda, UNI Engenharia e Comércio Ltda, Consórcio Azevedo & Travassos – DM, constituído pelas empresas DM Construtora de Obras Ltda e Azevedo e Travassos S/A, Construtora Celi Ltda e a MPD Engenharia Ltda.
Ainda de acordo com a Agesul, algumas empresas deixaram de cumprir alguns itens, entre eles a exigência de um biólogo ou oceanógrafo e medidas de estacas (fundações de edificações) exigidas no edital para a construção do Aquário.
O Aquário do Pantanal
O Aquário do Pantanal foi anunciado em outubro de 2009 pelo governador André Puccinelli (PMDB) com uma das obras emblemáticas do MS Forte, um conjunto de ações para o desenvolvimento do Estado.
A obra será construída no Parque das Nações Indígenas e terá 18.636 metros quadrados. O arquiteto Ruy Othake assina a obra.
O aquário de água doce terá 6 milhões de litros de água, 263 espécies e 7.000 animais. O local deve entrar em operação no início de 2012 e terá capacidade para receber 20 mil visitantes por dia.
O espaço irá abrigar um centro de conferências, laboratórios e biblioteca para livros e teses sobre o Pantanal, instalações que foram desenhadas lado a lado com os 25 tanques de peixes, jacarés, sucuris, entre outras espécies.
Além do ambiente interno, que inclui um túnel de 180 graus, o aquário terá cinco tanques externos, que poderão ser percorridos a pé ou em um trajeto aquaviário em barco com fundo de vidro.
O projeto apresenta uma estrutura de 90 metros de comprimento e 18 de altura. O prédio possuirá um amplo saguão, equipado com banheiros, setor de informações, auditório para 250 pessoas, restaurante, lanchonete, biblioteca e bancada de interação, entre outros detalhes.
Escadas rolantes, comuns e elevadores próprios para portadores de necessidades especiais levam o visitante aos tanques e a um ambiente especial para as sucuris. Nos ambientes externos, ficarão plantas nativas do Pantanal, jacarés, ariranhas e lontras, entre outros animais. Com informações da assessoria da Agesul.
Com viagem de cinco horas até Aquidauana, Trem do Pantanal, quer ser opção nas férias
O Trem do Pantanal inaugurado há dois anos no Mato Grosso do Sul é uma opção de viagem para quem quer curtir o período de férias e recesso neste final de ano. Saindo de Campo Grande ele percorre durante cinco horas até seu ponto final em Aquidauana.
Os passeios são organizados pelo Grupo Serra Verde Express (empresa que opera o trem do Pantanal). Segundo a assessoria do grupo, após a chegada na estação ferroviária, os passageiros são levados para um almoço, com a comida típica da região, seguido de city tour que visita o Centro Histórico de Aquidauana entre outros pontos turísticos como a Praça da Igreja Matriz e o Museu de Artes Contemporâneas. O passeio tem duração de um dia.
O pacote Pantanal Light custa por pessoa de R$ 121 para adultos, R$ 83 para crianças de 6 a 12 anos e R$ 17 para crianças de até 5 anos. Estão incluídas as passagens do Trem do Pantanal no trecho Campo Grande/Aquidauana, city tour e almoço em Aquiaduana, e a volta na estação rodoviária, com retorno a Campo Grande.
Recesso
O ícone do Turismo de Mato Grosso do Sul não circulará nos dias 1º e 2 de janeiro do ano que vem, porém os passeios nos trilhos do Pantanal voltam a funcionar a partir do dia 3, nos fins de semana.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
FESTAS E TRADIÇÕES
Da dança herdada dos mouros aliada às touradas portuguesas, surgiu uma mistura interessante: as Cavalhadas Poconianas (da cidade de Poconé). É uma dança, com duração de oito horas, na qual se disputa o amor de uma jovem rainha, raptada pelos mouros.
Entre as batalhas pela rainha e as negociações diplomáticas cantadas em versos, diferentes jogos vão acontecendo. Os cavalos pantaneiros, que também participam da festa, constituem um atrativo à parte com suas corridas de resistência.
Outra festa tradicional, a Peregrinação das Bandeiras, funciona como um momento de união e confraternização entre pessoas e grupos.
Realizada desde os tempos em que a região pantaneira constituía um pastoreio coletivo, tem na bandeira, que é passada de mãos em mãos, um símbolo de esperança, bons fluidos, paz e solidariedade.
Entre as batalhas pela rainha e as negociações diplomáticas cantadas em versos, diferentes jogos vão acontecendo. Os cavalos pantaneiros, que também participam da festa, constituem um atrativo à parte com suas corridas de resistência.
Outra festa tradicional, a Peregrinação das Bandeiras, funciona como um momento de união e confraternização entre pessoas e grupos.
Realizada desde os tempos em que a região pantaneira constituía um pastoreio coletivo, tem na bandeira, que é passada de mãos em mãos, um símbolo de esperança, bons fluidos, paz e solidariedade.
MÚSICAS E DANÇASTIPICAS DO PANTANAL
Tão original quanto a natureza da região pantaneira, é a sua música. A proximidade com o espírito caboclo e outras culturas como a andina, amazônica e chaquenha, pode ser observada pela tendência melódica das canções e a assimetria dos estilos musicais. Conheça os principais deles:
Viola-de-cocho
Originário da Pérsia, é um instrumento musical característico do Pantanal. Tem hoje cordas de náilon ou fibras do tucum no lugar das tripas de macaco, como eram feitas antigamente.
O siriri
Dança folclórica pantaneira, acontece entre julho e fim de agosto. Costuma utilizar instrumentos como violas-de-cocho, matraca, sanfona e percussões. Para alguns pesquisadores, essa denominação vem do crustáceo siriri. Para outros, refere-se à fase em que o cupim tem asas e voa em enxames atrás de luz.
Cururu
Bailada tradicionalmente apenas pelos homens, origina-se das dança dos índios bororós. Tem repentes e desafios, como a folia dos reis. É uma dança circular que percorre as ruas das cidades, com citações bíblicas de esperança e palavras de conforto espiritual, mas sem deixar de incluir risos e brincadeiras.
Viola-de-cocho
Originário da Pérsia, é um instrumento musical característico do Pantanal. Tem hoje cordas de náilon ou fibras do tucum no lugar das tripas de macaco, como eram feitas antigamente.
O siriri
Dança folclórica pantaneira, acontece entre julho e fim de agosto. Costuma utilizar instrumentos como violas-de-cocho, matraca, sanfona e percussões. Para alguns pesquisadores, essa denominação vem do crustáceo siriri. Para outros, refere-se à fase em que o cupim tem asas e voa em enxames atrás de luz.
Cururu
Bailada tradicionalmente apenas pelos homens, origina-se das dança dos índios bororós. Tem repentes e desafios, como a folia dos reis. É uma dança circular que percorre as ruas das cidades, com citações bíblicas de esperança e palavras de conforto espiritual, mas sem deixar de incluir risos e brincadeiras.
Lendas do Pantanal
Mitos, lendas e histórias: os bichos d'água
Influenciados pela dinâmica das águas, os mitos e lendas pantaneiras refletem a relação que a população aprendeu a estabelecer com a paisagem.
Também conhecidos como mitos d'água, espalham-se e chegam a se confundir com a realidade. Conheça os principais deles:
Mãe d'água
Parente da sereia, mantém o mesmo hábito de se pentear em cima de uma grande pedra. Nos dias em que o pescador não consegue pegar peixe, dizem se tratar da benção da mãe d'água sobre o anzol. Protetora dos peixes, é considerada um mito ecológico.
Negrinho d'água
Também conhecido como Caboclo d'água em outras regiões, é uma espécie de Saci-Pererê do rio, que vive fazendo travessuras com os pescadores. Andam em bandos e, no fundo dos rios, há a cidade dos negrinhos d'água. Às vezes, quando capturam um pescador, levam-no para o fundo do rio para dar-lhe surras!
Minhocão ou minhocuçu
É um grande monstro em forma de serpente, que circula pelos rios e águas do Pantanal virando canoas, devorando pescadores, levantando grandes ondas e desmoronando barrancos dos rios. As lendas dizem que não se pode reformar ou restaurar a igreja matriz pois o minhocão encontra-se preso pelos fios de cabelo de Nossa Senhora.
Fuça-fuça
Outro bicho aquático, fuça nas partes mais rasas do rio e sua face assemelha-se à de um porco. As areias agitadas sob a água são sinais de que está próximo.
Mãe do ouro
É quase como uma bola de fogo que brota da água ou da terra, indicando que há dinheiro ou ouro enterrado por perto. Por isso é que Mãe do Ouro só aparece em regiões de mineração.
Baía de Chacororé
Localizada ao norte do Pantanal, é uma baía considerada encantada por muitos pantaneiros. Quando um pescador ou um banhista faz barulho, suas águas ficam agitadas, levantando grandes ondas. Gritos podem até fazer surgir seres encantados.
Barco fantasma
Um barco que afundou na Baía de Chacororé no fim do século XIX está até hoje assombrando suas águas. Dizem que ele surge das águas, em meio às ondas e ao som do hino do Divino, misturando vozes de conversas e risos.
Influenciados pela dinâmica das águas, os mitos e lendas pantaneiras refletem a relação que a população aprendeu a estabelecer com a paisagem.
Também conhecidos como mitos d'água, espalham-se e chegam a se confundir com a realidade. Conheça os principais deles:
Mãe d'água
Parente da sereia, mantém o mesmo hábito de se pentear em cima de uma grande pedra. Nos dias em que o pescador não consegue pegar peixe, dizem se tratar da benção da mãe d'água sobre o anzol. Protetora dos peixes, é considerada um mito ecológico.
Negrinho d'água
Também conhecido como Caboclo d'água em outras regiões, é uma espécie de Saci-Pererê do rio, que vive fazendo travessuras com os pescadores. Andam em bandos e, no fundo dos rios, há a cidade dos negrinhos d'água. Às vezes, quando capturam um pescador, levam-no para o fundo do rio para dar-lhe surras!
Minhocão ou minhocuçu
É um grande monstro em forma de serpente, que circula pelos rios e águas do Pantanal virando canoas, devorando pescadores, levantando grandes ondas e desmoronando barrancos dos rios. As lendas dizem que não se pode reformar ou restaurar a igreja matriz pois o minhocão encontra-se preso pelos fios de cabelo de Nossa Senhora.
Fuça-fuça
Outro bicho aquático, fuça nas partes mais rasas do rio e sua face assemelha-se à de um porco. As areias agitadas sob a água são sinais de que está próximo.
Mãe do ouro
É quase como uma bola de fogo que brota da água ou da terra, indicando que há dinheiro ou ouro enterrado por perto. Por isso é que Mãe do Ouro só aparece em regiões de mineração.
Baía de Chacororé
Localizada ao norte do Pantanal, é uma baía considerada encantada por muitos pantaneiros. Quando um pescador ou um banhista faz barulho, suas águas ficam agitadas, levantando grandes ondas. Gritos podem até fazer surgir seres encantados.
Barco fantasma
Um barco que afundou na Baía de Chacororé no fim do século XIX está até hoje assombrando suas águas. Dizem que ele surge das águas, em meio às ondas e ao som do hino do Divino, misturando vozes de conversas e risos.
Baía de siá (chá) Mariana
Duas histórias podem explicar este nome: uma diz que Mariana, uma bela morena, depois de ser abandonada por um usineiro da região, jogou-se nas águas escuras da baía. A outra conta que Mariana era uma escrava do barão de Melgaço, pela qual ele se apaixonara. Como sua esposa passou a perseguir a escrava assim que descobriu, o barão levou a menina para um morro que circunda a baía para mantê-la a salvo dos perigos.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Estratégias de sustentabilidade para o polo mineroindustrial no Pantanal
A perspectiva de consolidação de um polo mineroindustrial em Corumbá e Ladário, na borda oeste do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, constitui oportunidade para o desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda para a população. Mas também traz impactos aos ecossistemas pantaneiros e aos recursos naturais da região. Essas consequências impõem a necessidade de uma profunda análise sobre desenvolvimento e sustentabilidade.
Essa análise deve ir além das ações de mitigação dos impactos negativos dos empreendimentos, principalmente no Maciço do Urucum. Deve ajudar a encontrar caminhos para a promoção do equilíbrio entre a ação desenvolvimentista, que acalenta sonhos de melhoria da qualidade de vida, e a ação conservacionista, que busca manter o equilíbrio ambiental para o bem de todos e das futuras gerações.
Partindo dessa premissa, representantes de organizações não-governamentais (ONGs) e de empresas que operam na região formaram a Plataforma de Diálogo entre Segundo e Terceiro Setores do Polo Mineoindustrial de Corumbá. A iniciativa consiste em um espaço de discussões assistido pelo Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul, voltado à definição de estratégias e modelos de desenvolvimento local baseados em princípios de sustentabilidade, ética e participação social.
Criada em abril de 2006, a Plataforma é capaz de articular diferentes interesses sociais, econômicos e ambientais. Seus membros entendem que o modelo de desenvolvimento para a região deve partir de uma construção participativa de normas mais sustentáveis, que garantam a proteção do Pantanal.
Uma das realizações da Plataforma é a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) para o Polo Mineroindustrial de Corumbá e Ladário, elaborada pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). O estudo diagnosticou e prognosticou cenários futuros para o desenvolvimento na região, com base em estimativas de investimentos das principais empresas instaladas, apresentando tendências sociais, ambientais e econômicas.
A AAE para o polo de Corumbá e Ladário é uma consistente contribuição para a sustentabilidade dessa região. Políticas públicas atualmente em elaboração e execução poderão encontrar nos relatórios do estudo informações de orientação para uma gestão pública adequada e mecanismos para facilitar a gestão de conflitos, o aproveitamento de oportunidades e a minimização de impactos negativos ambientais e sociais. O estudo ainda incentiva diálogos que resultam em acordos coletivos e embasa as ações e decisões da Plataforma que garantem desenvolvimento econômico com proteção ao Pantanal.
Nesta publicação, o objetivo é democratizar as informações de um processo pioneiro de diálogo e acordos coletivos entre ONGs e empresas para a construção de um desafio permanente numa região frágil e exuberante como o Pantanal: o da sustentabilidade.
Essa análise deve ir além das ações de mitigação dos impactos negativos dos empreendimentos, principalmente no Maciço do Urucum. Deve ajudar a encontrar caminhos para a promoção do equilíbrio entre a ação desenvolvimentista, que acalenta sonhos de melhoria da qualidade de vida, e a ação conservacionista, que busca manter o equilíbrio ambiental para o bem de todos e das futuras gerações.
Partindo dessa premissa, representantes de organizações não-governamentais (ONGs) e de empresas que operam na região formaram a Plataforma de Diálogo entre Segundo e Terceiro Setores do Polo Mineoindustrial de Corumbá. A iniciativa consiste em um espaço de discussões assistido pelo Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul, voltado à definição de estratégias e modelos de desenvolvimento local baseados em princípios de sustentabilidade, ética e participação social.
Criada em abril de 2006, a Plataforma é capaz de articular diferentes interesses sociais, econômicos e ambientais. Seus membros entendem que o modelo de desenvolvimento para a região deve partir de uma construção participativa de normas mais sustentáveis, que garantam a proteção do Pantanal.
Uma das realizações da Plataforma é a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) para o Polo Mineroindustrial de Corumbá e Ladário, elaborada pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). O estudo diagnosticou e prognosticou cenários futuros para o desenvolvimento na região, com base em estimativas de investimentos das principais empresas instaladas, apresentando tendências sociais, ambientais e econômicas.
A AAE para o polo de Corumbá e Ladário é uma consistente contribuição para a sustentabilidade dessa região. Políticas públicas atualmente em elaboração e execução poderão encontrar nos relatórios do estudo informações de orientação para uma gestão pública adequada e mecanismos para facilitar a gestão de conflitos, o aproveitamento de oportunidades e a minimização de impactos negativos ambientais e sociais. O estudo ainda incentiva diálogos que resultam em acordos coletivos e embasa as ações e decisões da Plataforma que garantem desenvolvimento econômico com proteção ao Pantanal.
Nesta publicação, o objetivo é democratizar as informações de um processo pioneiro de diálogo e acordos coletivos entre ONGs e empresas para a construção de um desafio permanente numa região frágil e exuberante como o Pantanal: o da sustentabilidade.
Ambiental oferece roteiro integrado para Bonito e Pantanal
A Ambiental Turismo preparou um roteiro para Bonito e Pantanal, numa mesma viagem, para 2011. Com saída de São Paulo no dia 2 de janeiro, o roteiro dura oito dias, com quatro noites em hotéis ou pousadas de Bonito e outras três na Fazenda Aguapé, no Pantanal. Além do transporte aéreo e dos translados terrestres, estão inclusos passeios na Gruta do Lago Azul, Bote no Rio Formoso, Estância Mimosa, Recanto Ecológico do Rio da Prata e Buraco das Araras.
O preço varia entre R$ 3.164 (apartamento triplo) e R$ 4.106 (apartamento single). Mais informações estão disponíveis no site www.ambiental.tur.br
Pantanal do Paraguai
É formado essencialmente por sedimentos arenosos inconsolidados e semiconsolidados da Formação Pantanal e depósitos aluviais de Idade Holocênica.
Essa região corresponde, em sua maior parte, à extensa planície de inundação do Rio Paraguai, desde a ilha do Caracará, nos limites do Pantanal de Cáceres, até as bordas do Maciço do Urucum, ao Sul de Corumbá.
Caracterizada pela grande incidência de baías e longo período de inundação que se estende por mais de 06 (seis) meses, sendo que grandes áreas ficam permanentemente inundadas.
Predominam nesta área solos Glei Pouco Húmico que, como os demais solos da unidade, apresentam caráter eutrófico e argila de atividade alta. Encontram-se em geral associados a solos Glei Húmico, cuja ocorrência é mais freqüente a norte, e Planassolos, que tendem a ocorrer preferencialmente em áreas mais afastadas do
Rio Paraguai, além dos Solos Aluviais, em faixa que acompanha o seu leito.
Embora pouco expressivos, ocorrem ainda Vertissolos e Solonetz - Solodizados, que se encontram associados na paisagem ao sul, dos relevos residuais do Amolar, na divisa com a Bolívia e junto ao Maciço do Urucum.
As fitofisionomias predominantes são: floresta estacional semidecidual/formações pioneiras (ecótono), formações pioneiras e savana/formações pioneiras (ecótonos). A principal formação pioneira é o cambarazal. Nesta unidade, ocorrem grandes lagoas, praticamente sem plantas aquáticas.
Essa região corresponde, em sua maior parte, à extensa planície de inundação do Rio Paraguai, desde a ilha do Caracará, nos limites do Pantanal de Cáceres, até as bordas do Maciço do Urucum, ao Sul de Corumbá.
Caracterizada pela grande incidência de baías e longo período de inundação que se estende por mais de 06 (seis) meses, sendo que grandes áreas ficam permanentemente inundadas.
Predominam nesta área solos Glei Pouco Húmico que, como os demais solos da unidade, apresentam caráter eutrófico e argila de atividade alta. Encontram-se em geral associados a solos Glei Húmico, cuja ocorrência é mais freqüente a norte, e Planassolos, que tendem a ocorrer preferencialmente em áreas mais afastadas do
Rio Paraguai, além dos Solos Aluviais, em faixa que acompanha o seu leito.
Embora pouco expressivos, ocorrem ainda Vertissolos e Solonetz - Solodizados, que se encontram associados na paisagem ao sul, dos relevos residuais do Amolar, na divisa com a Bolívia e junto ao Maciço do Urucum.
As fitofisionomias predominantes são: floresta estacional semidecidual/formações pioneiras (ecótono), formações pioneiras e savana/formações pioneiras (ecótonos). A principal formação pioneira é o cambarazal. Nesta unidade, ocorrem grandes lagoas, praticamente sem plantas aquáticas.
REDE PANTANAL & PROBIOMA - Seminário Internacional sobre impactos socioambientais da mineração reúne mais de cem participantes na Bolívia.
Com o objetivo de discutir com a população local os impactos da mineração e a importância da conservação das áreas protegidas a Ong boliviana PROBIOMA, com o apoio da Rede Pantanal de ONGs e Movimentos Sociais, promoveu o Seminário Internacional no dia 7 de junho, em Puerto Quijarro, Bolívia.
Participaram do evento representantes de 23 comunidades da Bolívia. Todos interessados em conhecer com maior profundidade os impactos da mineração de ferro, níquel, ouro e pedras semipreciosas, minérios em potencial do país. Para fazer um intercâmbio de informação foram convidados a palestrar a Dra. Débora Calheiros, pesquisadora da Embrapa Pantanal, que falou sobre a importância e a dinâmica do Sistema Paraguai-Paraná de Áreas úmidas; Patrícia Zerlotti, representante da Rede Pantanal, abordou a mineração no Pantanal brasileiro, Sara Crespo, representante do Probioma, apresentou informações sobre a mineração no Pantanal boliviano e Lúcio Cuencas, representante da OLCA, falou sobre os impactos da mineração na América Latina, principalmente no Chile.
Iniciativas como esta são muito importantes por trazer informações especificas das conseqüências dos impactos da mineração, diz Patrícia Zerlotti. Apesar da proximidade, a população boliviana desconhecia que a mineração no município de Corumbá já traz impactos diretos aos moradores da área rural. “As famílias de Maria Coelho, localizada ao lado das mineradoras, sofrem com a falta de água para consumo há cerca de dois anos”, relatou Patrícia.
Hoje estão previstos três grandes projetos de Mineração para Bolívia, Projeto Mutún; Projetos Don Mario – Las Tojas e Anahí. A água é a principal preocupação da população boliviana quando se fala em mineração. Pois é do conhecimento de todos que a mineração utiliza grande quantidade de água e os riscos de contaminação são imensos.
Outros projetos de infra-estrutura foram lembrados durante o seminário como ameaça ao equilíbrio do Pantanal boliviano. Entre eles estão: Projeto Hidrovia Paraguai-Paraná, IIRSA, Corredor Bioceânico e Complexo de Puerto Busch.
O evento é resultado da colaboração entre dois projetos apoiados pelo Programa EGP (IUCN NL) na Região Focal das Bacias do Paraná e Paraguai, um desenvolvido pela PROBIOMA e outro pela Rede Pantanal.
Participaram do evento representantes de 23 comunidades da Bolívia. Todos interessados em conhecer com maior profundidade os impactos da mineração de ferro, níquel, ouro e pedras semipreciosas, minérios em potencial do país. Para fazer um intercâmbio de informação foram convidados a palestrar a Dra. Débora Calheiros, pesquisadora da Embrapa Pantanal, que falou sobre a importância e a dinâmica do Sistema Paraguai-Paraná de Áreas úmidas; Patrícia Zerlotti, representante da Rede Pantanal, abordou a mineração no Pantanal brasileiro, Sara Crespo, representante do Probioma, apresentou informações sobre a mineração no Pantanal boliviano e Lúcio Cuencas, representante da OLCA, falou sobre os impactos da mineração na América Latina, principalmente no Chile.
Iniciativas como esta são muito importantes por trazer informações especificas das conseqüências dos impactos da mineração, diz Patrícia Zerlotti. Apesar da proximidade, a população boliviana desconhecia que a mineração no município de Corumbá já traz impactos diretos aos moradores da área rural. “As famílias de Maria Coelho, localizada ao lado das mineradoras, sofrem com a falta de água para consumo há cerca de dois anos”, relatou Patrícia.
Hoje estão previstos três grandes projetos de Mineração para Bolívia, Projeto Mutún; Projetos Don Mario – Las Tojas e Anahí. A água é a principal preocupação da população boliviana quando se fala em mineração. Pois é do conhecimento de todos que a mineração utiliza grande quantidade de água e os riscos de contaminação são imensos.
Outros projetos de infra-estrutura foram lembrados durante o seminário como ameaça ao equilíbrio do Pantanal boliviano. Entre eles estão: Projeto Hidrovia Paraguai-Paraná, IIRSA, Corredor Bioceânico e Complexo de Puerto Busch.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Festival Internacional de Pesa de Cáceres -MT
EM BREVE MAIS NOTICIAS SOBRE O MAIOR FESTIVAL DE PESCA EMBARCADA DE AGUA DOCE DO MUNDO, TUDO ISSO NO BERÇO DO PANTANAL MATOGROSSENSE
VIOLA-DE-COCHO
Instrumento tipicamente mato-grossense, é utilizado nas tradicionais festas, onde há dança de Cururu e Siriri, tanto na capital como nas regiões ribeirinhas e pantaneiras.
Confeccionada, artesanalmente, a partir de um tronco de madeira inteiriça, ainda verde, é esculpida no formato de uma viola que é escavada no corpo até que suas paredes fiquem bem finas, obtendo-se assim o cocho propriamente dito.
As primeiras violas-de-cocho tinham suas cordas feitas de tripa de macaco, ouriço ou da película de folha de tucum, o que tornava o som diferente; hoje em dia, elas já são feitas de cordas de nylon por motivos ambientais.
A cola usada era da bolsa respiratória pulmonar de peixes, como Pintado, Jaú e Piranha.
Sua ressonância, que varia entre maiôs ou menor, de acordo coma música a ser tocada, depende da espessura das paredes do tampo. As violas geralmente medem 70 cm de comprimento.São usadas tanto no cururu quanto no siriri e até em qualquer outro tipo de música.
Confeccionada, artesanalmente, a partir de um tronco de madeira inteiriça, ainda verde, é esculpida no formato de uma viola que é escavada no corpo até que suas paredes fiquem bem finas, obtendo-se assim o cocho propriamente dito.
As primeiras violas-de-cocho tinham suas cordas feitas de tripa de macaco, ouriço ou da película de folha de tucum, o que tornava o som diferente; hoje em dia, elas já são feitas de cordas de nylon por motivos ambientais.
A cola usada era da bolsa respiratória pulmonar de peixes, como Pintado, Jaú e Piranha.
Sua ressonância, que varia entre maiôs ou menor, de acordo coma música a ser tocada, depende da espessura das paredes do tampo. As violas geralmente medem 70 cm de comprimento.São usadas tanto no cururu quanto no siriri e até em qualquer outro tipo de música.
Expedição ao Pantanal em família: dicas e muitas histórias
Frequentador assíduo do Pantanal desde 1983, Marcelo de Paulo passou três meses no Mato Grosso do Sul com a mulher e a filha de um ano e meio. O resultado? Muito mais que férias em família.
Fernanda Castello Branco
Marcelo de Paula sempre amou o Pantanal. O cineasta e fotógrafo frequenta a região desde 1983, quando cruzou o Mato Grosso do Sul pela primeira vez. Como apaixonado que é por todo aquele cenário espetacular, tinha um sonho antigo: colocar em um documentário as experiências que tinha vivido por lá. Assim nasceu Pantanal no Ar.
Arquivo pessoal |
Marcelo levou a esposa e a filha Morgana para a expedição
Foram três meses percorrendo o Mato Grosso do Sul mais uma vez, filmando e fotografando a essência das belezas naturais do Pantanal. Como cenário as fazendas da região, a Estrada Parque, a Serra da Bodoquena e as cidades de Bonito, Corumbá, Jardim e Miranda. Segundo Marcelo, uma característica do seu documentário, que deve se transformar em uma trilogia sobre a região, é o enfoque diferenciado. "Pantanal no Ar é uma profunda declaração de amor ao Pantanal, ao Brasil e a nossa riqueza cultural. Nessa primeira parte revelamos a formação da Planície Pantaneira até a atualidade, passando pela história da região com tópicos sobre a Guerra do Paraguai, colonização, gado e turismo", explica.
Em resumo, o que o documentário pretende é ressaltar a relevância biográfica e biológica do Pantanal, que carrega nada menos que o título de Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela UNESCO, além de estar classificado entre as últimas 37 regiões naturais da Terra.
Em família
Marcelo de Paula passou três meses em um lugar que ama. E muito bem acompanhado: a viagem foi feita em companhia da mulher e da filha Morgana de apenas um ano e meio, que - ele garante - não deu trabalho algum.
"Minha filha já veio ao mundo concebida por uma família de pais e profissionais aventureiros! O turismo na região do Pantanal e na cidade de Bonito estão muito profissionalizados e preparados para receber qualquer tipo de pessoa. Idosos, crianças, deficientes, etc. Os cuidados com a Morgana na região foram os mesmos cuidados que qualquer pai deve tomar em relação a crianças pequenas", conta.
Entre os cuidados listados por Marcelo estão: ir para as trilhas bem cedo, não expor demais ao sol, hidratar ao máximo, cuidados com mosquitos e redobrar a atenção com a presença de animais silvestres e perigos normais desse tipo de região.
"O maior conselho que dou para quem quer fazer o mesmo é quebrar os preconceitos", diz. "É possível criar filhos em ambientes naturais, longe de shopping, playground e fast-food", completa o cineasta, lembrando que, na expedição, Morgana comeu carne de jacaré, caldo de piranha e tomou vários sucos de frutas do Cerrado.
Marcelo acha que, independente da idade, o Pantanal é destino para qualquer pessoa que queira experimentar um ambiente natural brasileiro.
"Você vai dormir numa cama macia de lençóis limpos, com ar-condicionado, vai encontrar banheiros com água quente e ótimas duchas, mas vai também entrar em uma trilha rústica, ver animais silvestres em seu habitat natural, explorar cavernas, fazer safáris em carros abertos no meio da noite e mergulhar em rios de águas cristalinas com vários cardumes à sua volta! Vai suar, se sujar e se emocionar", explica.
Próximos passos
A viagem foi tão boa que Marcelo de Paula já pensa na próxima expedição: o segundo capítulo da região pantaneira - Pantanais do Pantanal. "Não posso parar. Sou muito mais 'selvagem' do que urbano. E o Brasil é o quintal da minha casa!", define.
A segunda etapa desse projeto será novamente em família. "Não tem como não levar a família. A Carla Mendes, minha esposa e sócia na Código Solar, é produtora, editora e faz a segunda câmera em campo. E a nossa proposta de vida é levar a Morgana onde quer que estejamos", afirma.
Mesmo quando a filha começar a estudar, o casal não quer que ela pare de viajar. "Nós estamos até tomando ciência das formas de educar à distância, em cursos ministrados pela ONU. Mesmo quando a Morgana começar a estudar, vamos negociar a sua liberação em expedições familiares profissionais, para que ela aprenda mais in loco", explica.
Mais sobre o documentário
Produzido pela Código Solar Produções, o longa-metragem de 87 minutos é o segundo na carreira de Marcelo. O primeiro foi o premiado Karaja, sobre os índios Carajás da Reserva Indígena da Ilha do Bananal, no Tocantins.
Além das belíssimas imagens, outro destaque do documentário é a trilha sonora, que tem a participação de músicos e compositores tradicionais do Mato Grosso do Sul, como o poeta Emmanuel Marinho, o Grupo Acaba e Gabriel Sater, filho do violeiro Almir Sater.
Para ver Pantanal no Ar nos cinemas o público vai ter que esperar um pouco. "Estamos em busca de parcerias comerciais para levar o filme para os cinemas. Estamos no início das negociações, até porque o filme está inscrito em festivais nacionais e internacionais de cinema e não podemos, ainda, comercializá-lo livremente! Na internet, em breve, vamos colocar no site da Código Solar alguns trechos dos nossos documentários de maior repercussão: Olinda Cidade Cultura; Karaja; Alerta Verde; Navio Veleiro Cisne Branco Uma Embaixada Flutuante e Pantanal no Ar.
Fonte: IG
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
RECEITAS PANTANEIRAS V
Receita de Caldo de Piranha Pantaneira
Ingredientes:
- 1 unidade(s) de cebola picada(s)
- 1 unidade(s) de pimentão verde em pedaços pequenos
- quanto baste de manjericão picado(s)
- quanto baste de salsão picado(s)
- quanto baste de salsinha picado(s)
- 2 1/2 kg de piranha média(s)
- 3 dente(s) de alho picado(s)
- quanto baste de pimenta malagueta picada(s)
- 2 folha(s) de louro
- 1 copo(s) de leite de côco
- quanto baste de sal
- 1 colher(es) (chá) de açafrão
Preparação:
Raspe o couro das piranhas para retirar as escamas, limpe as vísceras e retire somente os olhos.Parta-as ao meio e coloque para cozinhar inclusive com as cabeças junto com os dois litros de água e sem tempeiro. Deixe ferver bem até desmanchar o peixe e os espinhos se separarem da carne.
Após esse estágio, coe todo o caldo para separar os espinhos que são muito pequenos e afiados. Antes disso, opcionalmente, o caldo pode ser também batido no liquidificador e depois coado, para que sejam aproveitados melhor os nutrientes dos ossos. Reserve.
Em outra panela grande, coloque a cebola e o pimentão batidos no liquidificador, junto com o alho e sal a gosto, óleo e o coloral para dar cor e deixe dourar. Acrescente o caldo de piranha e deixe cozinhar bem.
Depois de ferver bastante, acrescente as duas folhas de louro, o leite de côco, o manjericão e a pimenta malagueta a gosto, deixando cozinhar mais um pouco.
Quando o caldo estiver todo uniforme estará pronto. O prato deve ser servido em canecas antes de uma peixada ou churrasco, como entrada, e acompanhado de torradas.
O cheiro verde deve ser colocado no momento de servir
RECEITAS PANTANEIRAS IV
PINTADO À PORTUGUESA
Ingredientes:
1 kg de filé de pintado, cortado em fatias de mais ou menos 1,5cm de espessura;
1 kg de batata cortada em rodelas de mais ou menos 0,5cm de espessura;
3 pimentões limpos cortados em rodelas;
5 tomates cortado em rodelas;
5 cebolas grandes cortado em rodelas;
azeite de oliva;
100g de azeitona verde
um maço de coentro picado;
um maço de cebolinha picado;
Modo de preparo:
Pegue uma panela grande, onde possam caber todos os ingredientes;
Coloque cinco colheres de sopa de azeite e deixe esquentar.
Coloque alternadamente, uma camada de cada um dos ingredientes cortados em rodelas, começando com a batata, o filé de pintado, o pimentão junto com a cebola e o tomate, tantas vezes quanto der os ingredientes. Termine com a cebola, pimentão ou tomate por cima. Ao final, coloque as azeitonas, regue com azeite, tampe a panela e deixe cozinhar em fogo brando. Caso necessário, coloque um pouco de água quente. Quando estiver cozido, coloque por cima a cebolinha e o coentro picados, tampe e deixe esfriar um pouco.
Sirva com arroz branco e pirão de peixe.
Ingredientes:
1 kg de filé de pintado, cortado em fatias de mais ou menos 1,5cm de espessura;
1 kg de batata cortada em rodelas de mais ou menos 0,5cm de espessura;
3 pimentões limpos cortados em rodelas;
5 tomates cortado em rodelas;
5 cebolas grandes cortado em rodelas;
azeite de oliva;
100g de azeitona verde
um maço de coentro picado;
um maço de cebolinha picado;
Modo de preparo:
Pegue uma panela grande, onde possam caber todos os ingredientes;
Coloque cinco colheres de sopa de azeite e deixe esquentar.
Coloque alternadamente, uma camada de cada um dos ingredientes cortados em rodelas, começando com a batata, o filé de pintado, o pimentão junto com a cebola e o tomate, tantas vezes quanto der os ingredientes. Termine com a cebola, pimentão ou tomate por cima. Ao final, coloque as azeitonas, regue com azeite, tampe a panela e deixe cozinhar em fogo brando. Caso necessário, coloque um pouco de água quente. Quando estiver cozido, coloque por cima a cebolinha e o coentro picados, tampe e deixe esfriar um pouco.
Sirva com arroz branco e pirão de peixe.
PEIXES DO PANTANAL - PIRANHAS
Com o corpo chato em forma de disco costuram alguns rios e lagos, com movimentos rápidos e na maioria das vezes em grupo. A cabeça achatada frontalmente, boca rasgada para região posterior da cabeça e semi aberta deixando amostra dentes triangulares, laminares e aguçados, próprios para cortar e dilacerar. O dois orifícios para respiração e os olhos grandes localizados lateralmente na face, aumentam ainda mais a expressão fria e aterrorizadora (Fig. 1 e 2).
Fig.1 – Observar o posicionamento, o relacionamento dos dentes e o conjunto das estruturas faciais resultando realmente em uma fisionomia agressiva.
Fig. 2 – Vista lateral onde pode ser observada a perfeita distribuição dos dentes que funcionam como uma verdadeira tesoura afiada.
Muitas vezes, por habitar águas de aparência calma e conviver em cardume (algumas espécies), torna-a traiçoeira e fatal. Provavelmente, nenhum outro animal nos rios mete mais medo que a PIRANHA. Tornou-se bem conhecida e muito temida no interior do Brasil desde a época das Entradas e Bandeiras, devido sua voracidade. O simples cheiro de sangue e/ou movimentos imprevistos na água faz com que as piranhas se reunam em dezenas. Nos rios habitados por piranhas, é prudente tomar cuidado, ao lavar carcaças, couro ou quaisquer animais sangrando, pois freqüentemente, elas agridem mãos, pés ou lábios, de pessoas ou animais que ali vão apanhar água ou bebe-la. Costumam permanecer nestes locais longos espaços de tempo, dispersando-se posteriormente quando voltam ao seu comportamento normal (Fig.3).
Fig. 3 – Evidenciando a reunião e alvoroço de piranhas após o lançamento de um peixe ferido de grande porte dentro do rio.
O temor em relação ao ataque de piranhas deve ser analisado com critério, pois este normalmente está alicerçado numa soma de lendas, relatos fantásticos de homens que vivem em regiões habitadas por elas, leituras mal interpretadas de livros de aventura e em filmes cinematográficos aonde elas chegam até voar para atacar suas vítimas.
As piranhas são peixes predadores por isto se alimentam de quaisquer outros animais, sua dieta usualmente consiste de pequenos peixes, pássaros e animais que por ventura caiam dentro d'água onde elas habitam. Mas não podem ser conceituadas como "devoradoras de homens". Sim, elas são carnívoras, mas o homem não faz parte de sua cadeia alimentar. As piranhas são antes de tudo umas comedoras de peixes e outros animais aquáticos.
A maioria dos acidentes com as piranhas acontecem quando os dois, peixe e pescador estão fora d'água. Tirar um anzol da boca de uma piranha não é tarefa difícil, mas deve ser feita com cuidado, pois ao menor descuido, seus dentes provarão que são afiados como navalha (Fig 4). A sugestão é primeiramente matá-la e/ou remover cuidadosamente o anzol com alicates (Fig. 5). Após isso, o peixe deve ser colocado em local protegido, de preferência dentro do viveiro do barco. É relatado acidente durante uma pescaria muito movimentada, onde os peixes fisgados eram jogados em qualquer local do barco, ficando espalhados sobre o estrado da embarcação. Em determinado momento, um dos pescadores, descalço, levantou-se e foi ao outro extremo da embarcação. No trajeto, pisou próxima a boca de uma piranha ainda viva. Como resultado, teve seu dedo menor praticamente amputado na hora.
Fig. 4 – Acidente com ferimento da mão provocado por mordida de piranha.
Fig. 5 – Observar a fixação firme da cabeça da piranha com uma das mãos e a outra manipulando uma pinça para remoção do anzol.
Outro acidente comum é na hora de limpá-las, se não estiverem realmente mortas, é inevitável o acidente, esta observação deve ser feita com muito detalhe porque elas sobrevevivem muito tempo fora d'água, e pode estar sendo passada como morta. E por falar desta capacidade que a piranha tem de sobreviver fora d'água por longo período de tempo. Lembro-me o primeiro contato que tive com uma destas, foi em meados dos anos 70, numa pescaria em forma de caravana com grandes e verdadeiros amigos (Os Bozolas: Sô César, Paulo Capelão e Paulinho "PC"; Adalberto “Bertuin”; Osvaldo Sérvulo; Gilberto Motta; Celso Sapia “jaburu”; João Alberto “Janjão”, Adalberto “Betinho”, Luiz Henrique “Bolo'', Carlos Tavano; os irmãos violeiros Osvaldo e Reinaldo Nogueira...)”. Foi lá pelas bandas de Goiás, especificamente no Rio do Peixe (afluente do Rio Araguaia), naquela época o rio era pouco explorado. De beleza única, com lindas praias recobertas por um manto alvo de areia que fazia contraste espetacular com o verde das vegetações que acompanham as margens do rio e a inesquecível presença das aves coloridas e animais donos do lugar. Para o pincel de um sensível pintor (saudoso Veiga), toda aquela paisagem, com certeza, seria motivo para um extraordinário quadro. Bem, após o levantamento do acampamento, alguns companheiros, logo prepararam suas tralhas e saíram de barco, em algumas horas estavam de volta, todos animados com vários tucunarés, pacus e junto uma piranha que foi jogada na praia. Tempos depois andando pela praia a observar a beleza natural do local, deparei com aquela piranha abandonada que parecia morta. A curiosidade de examinar seus dentes fez com que eu agachasse e sacando a faca da bainha (pura sorte) coloquei-a entre as arcadas dentárias, para minha surpresa a “safadinha” ainda estava viva e parecendo ajuntar suas últimas forças, com um movimento rápido e enérgico trincou os dentes, senti na lamina sua força e o estrago que poderia provocar em algum tecido mole do corpo humano.
Outra condição que elas apresentam real perigo é quando na época das chuvas, acontece nos rios da Bacia Amazônica ou em rios do Pantanal o fenômeno da vazante em que as águas chegam invadir quilômetros de terra de suas margens. Com o passar desta época e o rio voltando ao seu leito normal, presenciamos a formação de centenas de lagoas e pequenos lagos sazonais, onde ficam aprisionados grandes espécies de peixes inclusive as piranhas, que com o decorrer do tempo as águas destes lagos vão ficando escassas e a disputa de espaço e alimento torna-se questão de sobrevivência. Então nestas condições realmente as piranhas ficam demasiadamente agressivas e ferozes, fazendo até jus a fama que lhes tem sido atribuída.
A fama e o estranho comportamento deste peixe curioso fez com que procurássemos na literatura alguns detalhes sobre as suas características. Começando pelo nome cuja genealogia é do tupi-guarani e é controvertido, assim : pirá = peixe + anhá = diabo (peixe diabo); ou pirá + ánha = dente (peixe dente) ou ainda pirá (peixe) + ãi = tesoura (peixe tesoura). Considerando sua posição na escala biológica (quadro I), podemos observar como fato isolado que ele pertence ao mesmo Filo dos tubarões.
QUADRO I
REINO | |||
Animalia | |||
FILO | SUB-FILO | ||
Chordata | Ganthostoma Vertebrata ( tubarão ) | ||
CLASSE | SUB-CLASSE | ||
Osteichthyes | Actinopterygii | ||
Chondrichthyes ( tubarão ) | |||
ORDEM | |||
Characiformes | |||
FAMILIA | SUB-FAMILIA | ||
Characidae | Serrasalminae | ||
GÊNERO | SUB-GÊNERO | ESPÉCIE | |
Serrasalmus | (Pirambebas) | ||
Myleus | |||
Pygopristis | denticulatus | ||
Prytobrycon | striloatus | ||
aureus | |||
calmoni | |||
serralatus | |||
(Piranha Verdadeiras) | |||
Taddyella | tenetzi | ||
nattereri | |||
Pygocentrus | manuelli | ||
piraya | |||
As piranhas estão enquadradas no gênero Serrasalmus e para se ter uma idéia do grande número de espécies existentes neste gênero é citado que só na América Central e do Sul são encontrado em torno de 800 e mais de 150 espécies que habitam a África. Os Serrasalmus são os únicos entre os peixes Characidae que tem uma série de unidos, afiados e cortantes dentes se dispondo em camada sobre ambos maxilares, bem adaptados para tirar uma boa peça carnuda de peixes ou de outros animais (Fig. 6). Os dentes são devidamente unidos e bem fixo ao osso e quando um dente está gasto ou quebrado, para substituí-lo um conjunto é trocado, diferentemente da maioria dos Characidae que a troca se faz dente por dente (Fig. 7).
Fig. 6 – Visualização da disposição e características anatômicas dos dentes (triangulares, laminares e aguçados), típicos para promover cortes.
Fig. 7 – Observar a união entre os dentes e a firme aderência no tecido ósseo formando uma verdadeira anquilose.
Neste gênero Serrasalmus são agrupados cinco sub-gênero e destes, três denominadas Pirambebas que tem espécies pequenas e pouco agressivas. São eles Myleus , Pygopristis que tem em suas espécies jovens o corpo menos escuro, e o dorso delicadamente azulado, a porção ventral do corpo e a barbatana caudal amarelada ou laranja e o resto do corpo vermelho brilhante. Seus dentes têm cinco cúspides (lóbulos). São encontradas principalmente nas Guianas e eventualmente no Amazonas. O terceiro sub-gênero Prytobricon tem o corpo plano e discóide, com a boca pequena e não vivem em cardumes, mas ficam em volta de cardumes de espécies mais ferozes para aproveitar da alimentação restante. Tem o focinho curto e o corpo mais escuro com uma marcada pinta humeral e várias outras pequenas espalhadas pelo corpo, a barbatana dorsal fica atrás da metade do corpo. Os dois outros sub-gêneros ( Pygocentrus e Taddyella ) são chamadas de Piranhas Verdadeiras que além de ter um porte maior são mais vorazes e violentas. As espécies de piranhas perigosas são em número pequeno e não difere muito uma das outras. Os membros do Taddyella são realmente mais perigosas, algumas de suas espécies são encontradas no Rio Paraguai as S. tenetzi e as piranhas vermelhas S. nattereri comum na Bacia dos Rios Amazonas e Orinoco (Fig. 8 e 9). As espécies mais conhecidas do sub-gênero Pygocentrus são a S. manuelli (Fig. 10) e a S. piraya (Fig. 11 e 12) são encontradas basicamente no Rio São Francisco e são muito temidas.
Fig. 8 – Piranha do sub-gênero Taddyella da espécie nattereri em seu habitat, evidenciando sua cor avermelhada e as pintas ao logo do corpo.
Fig. 9 – Piranha da espécie nattereri numa vista lateral; observar seu aspecto hostil e agressivo característico da espécie.
Fig. 10 - Piranha do sub-gênero Pygocentrus e espécie manuelli em seu habitat, demonstrando a sua cor mais escura e algumas pintas no dorso.
Fig. 11 - Piranha do sub-gênero Pygocentrus da espécie piraya em seu habitat, evidenciando sua forma discóide, cor mais escura e ausência de pintas.
Fig. 12 – Piranha da espécie piraya do Rio São Francisco; observar seus olhos vermelhos e aspecto agressivo.
Entre as tribos do Xingu usam-se os dentes de piranha no preparo de flecha, no corte do cabelo e dos fios de buriti, além de muitas outras utilidades. Para isto os índios preparam a mandíbula da piranha de meia-idade que tem os dentes mais afiados. A carne da piranha, apesar de possuir muitos espinhos, não é de má qualidade. Existe a crença que a sopa feita com piranhas é um alimento afrodisíaco. Acreditamos que o alto teor de proteínas especiais da carne desta espécie de peixe que é o responsável pelo aumento do vigor físico daqueles indivíduos que usufruem regularmente desta carne em sua dieta, não propriamente dito que seja um alimento estimulador de apetite sexual.
É importante salientar que os predadores em todos os grupos de animais desempenham papel fundamental para o controle da população, mantendo em equilíbrio outras espécies. Não é só ignorância como perigoso para o frágil equilíbrio ecológico a repressão dos predadores. O homem tem reprimido seus predadores em larga escala e tem sentido em vários níveis a conseqüência destes atos mal pensados e balanceados. Portanto, quanto mais conhecermos comportamento de nossos companheiros de habitação do planeta, mais poderemos desfrutar dos lazeres e alegrias tão necessárias ao homem, sem trazer conseqüências drásticas para o sistema.
domingo, 12 de dezembro de 2010
RECEITAS PANTANEIRAS III
Licor de pequi
Ingredientes para 1 1/2 pessoas :
12 pequis descascados ---- 1 litro de álcool de cereais ---- 1/2 litro de água ---- 1/2 de açúcar ----1 litro de cachaça
Ingredientes para 1 1/2 pessoas :
12 pequis descascados ---- 1 litro de álcool de cereais ---- 1/2 litro de água ---- 1/2 de açúcar ----1 litro de cachaça
Modo de fazer : Descasque os pequis e coloque-os no álcool, para curtir, por pelo menos 20 dias. Após esse tempo, faça uma calda com a água e o açúcar, deixando ferver bem. Adicione a cachaça, espere esfriar um pouco e acrescente os pequis, deixando ferver mais um pouco. Coe em um pano limpo, engarrafe e tampe bem. Se quiser, deixe alguns pequis na garrafa de licor.
RECEITAS PANTANEIRAS II
Pão de chapa
Ingredientes para 5 ou 6 pessoas :
1 kg de farinha de trigo ---- 2 xícaras de chá de açúcar ---- 1 colher de café de bicarbonato ---- 4 colheres de sopa de banha ---- 1 xícara de chá de coalhada ---- erva-doce
Ingredientes para 5 ou 6 pessoas :
1 kg de farinha de trigo ---- 2 xícaras de chá de açúcar ---- 1 colher de café de bicarbonato ---- 4 colheres de sopa de banha ---- 1 xícara de chá de coalhada ---- erva-doce
Tempo de preparação : 20 min
Modo de fazer : Misture bem todos os ingredientes. Não é necessário amassar muito. Corte a massa em pedaços e asse-a sobre a chapa quente.
MATO GROSSO DO SUL É UM POUCO DO SEU FOLCLORE
Mato Grosso do Sul, tendo seu território percorrido pelas correntes migratórias espanholas e portuguesas desde 1524 e, depois de oficializada a posse pela coroa portuguesa, sua situação geográfica de proximidade com as fronteiras do Paraguai e da Bolívia, oferece características histórico-culturais diferenciadas das demais regiões do país. Grande parte da superfície desse Estado é considerada a maior área inundável do continente americano - o Pantanal. Seus habitantes são pessoas simples e guardam em suas memórias, histórias que contam como se formou essa parte do continente, considerando que ali existia, há muitos anos, o mar de Xaraés. Encontram-se mitos como o Bicho Pé-de-garrafa, o Minhocão, o Mãozão, o Come-língua e outros, além de lendas como A tristeza do Tuiuiú, o João de Barro, o Guaraná, só para citar algumas.
A habitação folclórica mais comum é feita de paredes de palmeiras encontradas na região como o taquarussu e o bacuri, com cobertura de folhas de bacuri, carandá e sapé, equipada de forno de barro, fogão a lenha e jirau.
A culinária da região é saborosa, desde o arroz carreteiro até a chipa paraguaia, passando pelo sarrabulho, locro, churrasco com mandioca, farofa de banana da terra, carne seca ao sol frita, cozida ou assada, paçoca de carne seca, peixes como: pintado, dourado, pacu e outros, caldo de piranha (afrodisíaco), sopa paraguaia e saltenha boliviana.
A culinária da região é saborosa, desde o arroz carreteiro até a chipa paraguaia, passando pelo sarrabulho, locro, churrasco com mandioca, farofa de banana da terra, carne seca ao sol frita, cozida ou assada, paçoca de carne seca, peixes como: pintado, dourado, pacu e outros, caldo de piranha (afrodisíaco), sopa paraguaia e saltenha boliviana.
As bebidas indispensáveis são o guaraná ralado (estimulante), o tereré (mate frio ou gelado servido na guampa e sorvido através de uma bomba), além dos licores de pequi, jenipapo, leite e outros. A natureza se encarrega de fornecer os frutos com os quais as quituteiras preparam as sobremesas: doces de caju, goiaba, bocaiúva, carambola, furrundum (feito com mamão verde ralado e rapadura) e tantos outros.
O bioma Pantanal é a planície mais importante em áreas úmidas da América do Sul
A CIMA - Comissão Interministerial para Preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento-SI/PR, 1991, define o Pantanal mato-grossense como “a maior planície de inundação contínua do planeta”. Sua localização geográfica é de particular relevância, uma vez que representa o elo de ligação entre o Cerrado, no Brasil Central, o Chaco, na Bolívia, e a região Amazônica, ao Norte, identificando-se, aproximadamente, com a bacia do alto Paraguai.
O Pantanal funciona como um grande reservatório, provocando uma defasagem de até cinco meses entre as vazões de entrada e saída. O regime de verão determina enchentes entre novembro e março no norte e entre maio e agosto no sul, neste caso sob a influência reguladora do Pantanal.
Os solos, de modo geral, apresentam limitações à lavoura. Nas planícies pantaneiras sobressaem solos inférteis (lateritas) em áreas úmidas (hidromórficas) e planossolos, além de várias outras classes, todos alagáveis, em maior ou menor grau, e de baixa fertilidade. Nos planaltos, embora predominem também solos com diversas limitações à agricultura, sobretudo à fertilidade, topografia ou escassez de água, existem situações favoráveis.
Como área de transição, a região do Pantanal ostenta um mosaico de ecossistemas terrestres, com afinidades, sobretudo, com os Cerrados e, em parte, com a floresta Amazônica, além de ecossistemas aquáticos e semi-aquáticos, interdependentes em maior ou menor grau. Os planaltos e as terras altas da bacia superior são formados por áreas escarpadas e testemunhos de planaltos erodidos, conhecidos localmente como serras. São cobertos por vegetações predominantemente abertas, tais como campos limpos, campos sujos, cerrados e cerradões, determinadas, principalmente, por fatores de solo (edáficos) e climáticos e, também, por florestas úmidas, prolongamentos do ecossistema amazônico.
A planície inundável que forma o Pantanal, propriamente dito, representa uma das mais importantes áreas úmidas da América do Sul. Nesse espaço podem ser reconhecidas planícies de baixa, média e alta inundação, destacando-se os ambientes de inundação fluvial generalizada e prolongada. Esses ambientes, periodicamente inundados, apresentam alta produtividade biológica, grande densidade e diversidade de fauna.
A ocupação da região, de acordo com pesquisas arqueológicas, se deu há, aproximadamente, dez mil anos por grupos indígenas. A adequação de atividades econômicas ao Pantanal surgiu do processo de conquista e aniquilamento dos índios guatós e guaicurus por sertanistas. Foi possível implantar a pecuária na planície inundável, que se tornaria a única economia estável e permanente até os nossos dias. Dentro de um enfoque macroeconômico, a planície representou, no passado, um grande papel no abastecimento de carne para outros estados do país. No entanto, esta economia se encontra em decadência.
Uma série de atividades de impacto direto sobre o Pantanal pode ser observada, como garimpo de ouro e diamantes, caça, pesca, turismo e agropecuária predatória, construção de rodovias e hidrelétricas. Convém frisar a importância das atividades extensivas nos planaltos circundantes como uma das principais fontes de impactos ambientais negativos sobre o Pantanal.
O processo de expansão da fronteira, ocorrido principalmente após 1970, foi a causa fundamental do crescimento demográfico do Centro-Oeste brasileiro. A região da planície pantaneira, com sua estrutura fundiária de grandes propriedades voltadas para a pecuária em suas áreas alagadiças, não se incorporou ao processo de crescimento populacional. Não houve aumento significativo em número ou população das cidades pantaneiras. No planalto, contudo, o padrão de crescimento urbano foi acelerado. Como todas as cidades surgidas ou expandidas nessa época, as de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não tinham e nem têm infra-estrutura adequada para minimizar o impacto ambiental do crescimento acelerado, causado, principalmente, pelo lançamento de esgotos domésticos ou industriais nos cursos d’água da bacia. Esse tipo de poluição repercute diretamente na planície pantaneira, que recebe os sedimentos e resíduos das terras altas.
O mesmo processo de expansão da fronteira foi responsável pelo aproveitamento dos cerrados para a agropecuária, o que causou o desmatamento de vastas áreas do planalto para a implantação de lavouras de soja e arroz, além de pastagens. O manejo agrícola inadequado nessas lavouras resultou, entre outros fatores, em erosão de solos e no aumento significativo de carga de partículas sedimentáveis de vários rios. Além disso, agrava-se o problema de contaminação dos diversos rios com biocidas e fertilizantes.
A presença de ouro e diamantes na baixada cuiabana e nas nascentes dos rios Paraguai e São Lourenço vem atraindo milhares de garimpeiros, cuja atividade causa o assoreamento e compromete a produtividade biológica de córregos e rios, além de contaminá-los com mercúrio.
Segundo a WWF (1999), existem no Pantanal 650 espécies de aves, 80 de mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis.
sábado, 11 de dezembro de 2010
Campanha fluvial de saúde atende ribeirinhos no Pantanal
Morar numa região sem atendimento regular de saúde não é fácil. Essa é a realidade de áreas de difícil acesso do Pantanal, onde os postos de atendimento são inexistentes e a visita de equipes de médicos acontece em campanhas fluviais durante o ano. De 2 a 10 de setembro de 2009 acontece uma intervenção de saúde inédita no Pantanal com a participação de várias instituições nas comunidades de Barra do São Lourenço, Porto Amolar, Jatobazinho e Paraguai-Mirim, no município de Corumbá (MS). Esta será a terceira campanha de saúde na região este ano. Mas é a primeira vez que várias equipes de diferentes instituições realizam um trabalho integrado com essas comunidades, onde vivem cerca de 100 famílias. A equipe é composta por médicos, farmacêuticos, dentistas, enfermeiros e agentes comunitários de saúde da criança. A atividade faz parte do projeto “Crianças das Águas – Pantanal: identidade e cidadania”, da Ong Ecoa, apoiado pelo Criança Esperança.
A ação conjunta destina-se as famílias ribeirinhas e dará ênfase ao acompanhamento e tratamento de saúde das crianças. Está programada a atuação de quatro equipes. A Marinha do Brasil utiliza seu barco hospital (NAsH) para realizar as consultas médicas e odontológicas; a Secretaria Municipal de Saúde aplica vacinas nas crianças e adultos; a UFMS oferece palestras educativas e coleta material para exames laboratoriais, que são raros na região (toxoplasmose; parasitológicos, Doença de Chagas e leishmânia). A Ong Ecoa fará a entrega das carteirinhas do Sistema Único de Saúde e atividades de educação com os alunos das escolas do Paraguai-Mirim e São Lourenço. Durante todo o percurso, a entidade realiza o trabalho integrado de coleta de dados com os parceiros buscando aperfeiçoar a cobertura de saúde para as crianças pantaneiras dessa região.
Pelo projeto Crianças das Águas uma ficha de acompanhamento está sendo desenvolvida para auxiliar os atendimentos de saúde para as crianças. Com essas informações em mãos as instituições responsáveis pela saúde poderão conhecer o quadro geral de enfermidades e planejar as prevenções. Já foram detectados em levantamentos prévios da Ecoa e de parceiros a necessidade de promover treinamentos em primeiro socorros, medidas diretas para tratar problemas de cegueira (causa ainda desconhecida), prevenir a hipertensão (que atinge 60% da população de três comunidades), verminoses e desnutrição.
Ainda este ano novas ações serão realizadas pelo projeto Crianças das Águas: a finalização do diagnóstico situacional; atividades continuadas de percepção ambiental nas escolas; a implantação do projeto piloto de uma rádio escola e a formação de agentes comunitários de saúde da criança. Esta é a primeira ação do projeto que envolve os agentes comunitários que serão formados pelo projeto. Estão previstos dois por comunidade. O agente é fundamental para o bom funcionamento do sistema de saúde, pois será a ponte entre os médicos e as crianças. Ele acompanhará o desenvolvimento dos pequenos pantaneiros e realizará ações de prevenção e atendimentos.
Com esta ação integrada para atender os ribeirinhos em Corumbá, o projeto Crianças das Águas busca consolidar um protocolo de ações e informações conjuntas para a saúde com o 6º Distrito Naval de Ladário, o preenchimento das fichas de desenvolvimento das crianças atendidas e o cadastramento de pelo menos 230 crianças no Sistema Único de Saúde.
O projeto “Crianças das Águas – Pantanal: identidade e cidadania”, é executado pela Ong Ecoa, com apoio do Criança Esperança, EGP-IUCN NL, Fundação Blue Moon e, em parceria com a Marinha do Brasil, Secretaria Executiva de Educação de Corumbá, Secretaria de Saúde de Corumbá, Embrapa Pantanal, Ibama (Unidade Regional Corumbá), Parque Nacional do Pantanal, Polícia Militar Ambiental, UFMS, Núcleo de Ecomunicadores dos Matos, Paz e Natureza Pantanal (PNP) e Rede Aguapé.
A ação conjunta destina-se as famílias ribeirinhas e dará ênfase ao acompanhamento e tratamento de saúde das crianças. Está programada a atuação de quatro equipes. A Marinha do Brasil utiliza seu barco hospital (NAsH) para realizar as consultas médicas e odontológicas; a Secretaria Municipal de Saúde aplica vacinas nas crianças e adultos; a UFMS oferece palestras educativas e coleta material para exames laboratoriais, que são raros na região (toxoplasmose; parasitológicos, Doença de Chagas e leishmânia). A Ong Ecoa fará a entrega das carteirinhas do Sistema Único de Saúde e atividades de educação com os alunos das escolas do Paraguai-Mirim e São Lourenço. Durante todo o percurso, a entidade realiza o trabalho integrado de coleta de dados com os parceiros buscando aperfeiçoar a cobertura de saúde para as crianças pantaneiras dessa região.
Pelo projeto Crianças das Águas uma ficha de acompanhamento está sendo desenvolvida para auxiliar os atendimentos de saúde para as crianças. Com essas informações em mãos as instituições responsáveis pela saúde poderão conhecer o quadro geral de enfermidades e planejar as prevenções. Já foram detectados em levantamentos prévios da Ecoa e de parceiros a necessidade de promover treinamentos em primeiro socorros, medidas diretas para tratar problemas de cegueira (causa ainda desconhecida), prevenir a hipertensão (que atinge 60% da população de três comunidades), verminoses e desnutrição.
Ainda este ano novas ações serão realizadas pelo projeto Crianças das Águas: a finalização do diagnóstico situacional; atividades continuadas de percepção ambiental nas escolas; a implantação do projeto piloto de uma rádio escola e a formação de agentes comunitários de saúde da criança. Esta é a primeira ação do projeto que envolve os agentes comunitários que serão formados pelo projeto. Estão previstos dois por comunidade. O agente é fundamental para o bom funcionamento do sistema de saúde, pois será a ponte entre os médicos e as crianças. Ele acompanhará o desenvolvimento dos pequenos pantaneiros e realizará ações de prevenção e atendimentos.
Com esta ação integrada para atender os ribeirinhos em Corumbá, o projeto Crianças das Águas busca consolidar um protocolo de ações e informações conjuntas para a saúde com o 6º Distrito Naval de Ladário, o preenchimento das fichas de desenvolvimento das crianças atendidas e o cadastramento de pelo menos 230 crianças no Sistema Único de Saúde.
O projeto “Crianças das Águas – Pantanal: identidade e cidadania”, é executado pela Ong Ecoa, com apoio do Criança Esperança, EGP-IUCN NL, Fundação Blue Moon e, em parceria com a Marinha do Brasil, Secretaria Executiva de Educação de Corumbá, Secretaria de Saúde de Corumbá, Embrapa Pantanal, Ibama (Unidade Regional Corumbá), Parque Nacional do Pantanal, Polícia Militar Ambiental, UFMS, Núcleo de Ecomunicadores dos Matos, Paz e Natureza Pantanal (PNP) e Rede Aguapé.
Preservação do Pantanal é orgulho brasileiro
Pesquisas realizadas pelas instituições WWF, SOS Pantanal, Ecoa e Embrapa Pantanal demonstram que o bioma brasileiro mais conservado na atualidade é o Pantanal. Com 86,6% da sua vegetação conservada, ele está bem a frente do bioma cerrado, 2º lugar, que possui apenas 41,8%.
Localizado nos Estados de Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS), o Pantanal está tendo várias ações direcionadas à preservação de seu ecossistema. Com isso, ele mantém o título de bioma mais conservado do Brasil. Uma dessas ações é a obrigatoriedade de se ter 20% de vegetação natural em áreas onde o Código Florestal permite o desmatamento legal para uso do solo.
Segundo Roberto Ricardo Gonçalves, presidente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul),“Acho pouco provável que outro Estado brasileiro tenha obtido um resultado desta expressão, com o grau de confiança e precisão georeferenciada daqui”. Esses 20% de áreas resguardadas são denominadas reservas legais e, nos últimos três anos e meio, foram aprovados e averbados 762 mil hectares das tais reservas, só no Estado de Mato Grosso do Sul.
Já nas áreas que foram desmatadas - Também para essas áreas, criou-se a lei 3.628, que prevê o plantio de espécies exóticas para a recuperação das reservas, como eucalipto, erva-mate, seringueira, entre outras.As florestas plantadas estão crescendo no Estado e amenizando o desmatamento de floresta nativa para produção de carvão. Em 2007, eram 170 mil hectares de floresta plantada. Hoje, em 2010, já são 310 mil hectares. Esperamos que, em 2017, este número chegue a 1 milhão de hectares de florestas, abastecendo toda a demanda de carvão das siderúrgicas atualmente instaladas.
Localizado nos Estados de Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS), o Pantanal está tendo várias ações direcionadas à preservação de seu ecossistema. Com isso, ele mantém o título de bioma mais conservado do Brasil. Uma dessas ações é a obrigatoriedade de se ter 20% de vegetação natural em áreas onde o Código Florestal permite o desmatamento legal para uso do solo.
Segundo Roberto Ricardo Gonçalves, presidente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul),“Acho pouco provável que outro Estado brasileiro tenha obtido um resultado desta expressão, com o grau de confiança e precisão georeferenciada daqui”. Esses 20% de áreas resguardadas são denominadas reservas legais e, nos últimos três anos e meio, foram aprovados e averbados 762 mil hectares das tais reservas, só no Estado de Mato Grosso do Sul.
Já nas áreas que foram desmatadas - Também para essas áreas, criou-se a lei 3.628, que prevê o plantio de espécies exóticas para a recuperação das reservas, como eucalipto, erva-mate, seringueira, entre outras.As florestas plantadas estão crescendo no Estado e amenizando o desmatamento de floresta nativa para produção de carvão. Em 2007, eram 170 mil hectares de floresta plantada. Hoje, em 2010, já são 310 mil hectares. Esperamos que, em 2017, este número chegue a 1 milhão de hectares de florestas, abastecendo toda a demanda de carvão das siderúrgicas atualmente instaladas.
Desmatamento no Pantanal atinge 2,82% da área em sete anos
O Pantanal, bioma localizado nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, registrou desmatamento de 2,82% de sua área de 151.313 km² em sete anos, informou nesta segunda-feira o Ministério do Meio Ambiente.
Entre 2002 e 2008, a perda no Pantanal foi de 4.279 km², a uma taxa anual de desmatamento de 713 km², que representa 0,47%, segundo os Dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter/Inpe) apresentados pelo ministério no primeiro levantamento recente do bioma.
Entre as principais causas apontadas pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, estão a produção de carvão vegetal, a expansão de áreas para pastagem e o avanço na área de investidores externos. O Centro-Oeste, onde fica localizado o Pantanal, é uma das principais regiões de produção agrícola e pecuária do País.
O Pantanal foi a segunda região mais atingida pelo desmatamento quando comparado a outros três biomas. Proporcionalmente, o Cerrado teve índice de desmate de 4,17%, seguido de Pantanal, Amazônia (2,54%) e Caatinga (2,01%). Os números do Pampa e da Mata Atlântica ainda devem ser apresentados pelo ministério. O levantamento revelou ainda que o Estado do Mato Grosso do Sul, que representa 40% da área total do Pantanal, desmatou 3,1% de sua área de 89.826 km² do bioma, enquanto o Mato Grosso, com total de 60.831 km², foi responsável por 2,4%.
Os cinco dos 26 municípios que mais contribuíram para a destruição do Pantanal foram Corumbá (MS), Aquidauana (MS), Cáceres (MT), Santo Antônio do Leverger (MT) e Rio Verde de Mato Grosso (MS). As emissões anuais médias de dióxido de carbono associadas ao desmatamento no período foram de 16 milhões t, informou o ministério.
Para a ministra, uma das soluções para conter o desmatamento pode ser a criação de unidades de conservação na região, mas ainda faltam estudos detalhados do governo federal para isso. "O Pantanal é uma área de alta sensibilidade ambiental e muitos dos proprietários de terra preferem eles mesmos declarar suas reservas particulares como reservas naturais", afirmou.
Amazônia
O desmatamento na Amazônia caiu 48% entre agosto de 2009 e abril de 2010, com redução de 1.455 km², em relação ao mesmo período anterior, quando o desmatamento atingiu uma área de 2.835 km².
Nos meses de março e abril deste ano foi registrado desmatamento de 104 km² de floresta, área 49 km² superior aos mesmos meses do ano passado, quando foram desmatados 55 km² de floresta. A ministra atribuiu o aumento do desmate à redução da quantidade de nuvens que cobriam a região amazônica. De acordo com ela, a visibilidade da floresta era aproximadamente 25% maior que a do ano passado.
"À primeira vista, esse é o principal fator do aumento dos números. Não registramos nenhuma pressão nova, nenhum fator novo que pudesse provocar um aumento do desmate na região", disse.
O bioma da Amazônia tem área total de 4,2 milhões km², o que corresponde a 48,1% do território brasileiro, e abrange os Estados do Pará, Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia e Roraima e algumas partes do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.
Entre 2002 e 2008, a perda no Pantanal foi de 4.279 km², a uma taxa anual de desmatamento de 713 km², que representa 0,47%, segundo os Dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter/Inpe) apresentados pelo ministério no primeiro levantamento recente do bioma.
Entre as principais causas apontadas pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, estão a produção de carvão vegetal, a expansão de áreas para pastagem e o avanço na área de investidores externos. O Centro-Oeste, onde fica localizado o Pantanal, é uma das principais regiões de produção agrícola e pecuária do País.
O Pantanal foi a segunda região mais atingida pelo desmatamento quando comparado a outros três biomas. Proporcionalmente, o Cerrado teve índice de desmate de 4,17%, seguido de Pantanal, Amazônia (2,54%) e Caatinga (2,01%). Os números do Pampa e da Mata Atlântica ainda devem ser apresentados pelo ministério. O levantamento revelou ainda que o Estado do Mato Grosso do Sul, que representa 40% da área total do Pantanal, desmatou 3,1% de sua área de 89.826 km² do bioma, enquanto o Mato Grosso, com total de 60.831 km², foi responsável por 2,4%.
Os cinco dos 26 municípios que mais contribuíram para a destruição do Pantanal foram Corumbá (MS), Aquidauana (MS), Cáceres (MT), Santo Antônio do Leverger (MT) e Rio Verde de Mato Grosso (MS). As emissões anuais médias de dióxido de carbono associadas ao desmatamento no período foram de 16 milhões t, informou o ministério.
Para a ministra, uma das soluções para conter o desmatamento pode ser a criação de unidades de conservação na região, mas ainda faltam estudos detalhados do governo federal para isso. "O Pantanal é uma área de alta sensibilidade ambiental e muitos dos proprietários de terra preferem eles mesmos declarar suas reservas particulares como reservas naturais", afirmou.
Amazônia
O desmatamento na Amazônia caiu 48% entre agosto de 2009 e abril de 2010, com redução de 1.455 km², em relação ao mesmo período anterior, quando o desmatamento atingiu uma área de 2.835 km².
Nos meses de março e abril deste ano foi registrado desmatamento de 104 km² de floresta, área 49 km² superior aos mesmos meses do ano passado, quando foram desmatados 55 km² de floresta. A ministra atribuiu o aumento do desmate à redução da quantidade de nuvens que cobriam a região amazônica. De acordo com ela, a visibilidade da floresta era aproximadamente 25% maior que a do ano passado.
"À primeira vista, esse é o principal fator do aumento dos números. Não registramos nenhuma pressão nova, nenhum fator novo que pudesse provocar um aumento do desmate na região", disse.
O bioma da Amazônia tem área total de 4,2 milhões km², o que corresponde a 48,1% do território brasileiro, e abrange os Estados do Pará, Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia e Roraima e algumas partes do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
PEIXES
Piraputanga | | |
A piraputanga mais parece uma matrinchã, com nadadeiras e cauda avermelhadas, e escamas brancas pelo corpo. É muito ágil ao ser fisgada. Atinge mais de 50 cm de comprimento e seu peso dificilmente alcança um quilo, por maior que seja. Saborosíssima quando assada, é muito disputada pelos pescadores.
PEIXES
Dourado | | |
É um dos maiores peixes de escama de água-doce. Chega a atingir 1,10 m e pesar 20 quilos. Habita águas correntes e sua pesca é fácil, pois é atraído por tudo o que brilha na superfície da água. A boca grande é provida de dentes afiados. Possui coloração dourada, com uma mancha na cauda e pequenas listras escuras paralelas em todo o corpo. Peixes predadores, vorazes, provido de duas séries de dentes cônicos, tanto no pré-maxilar quanto no dentário, e de uma série ao longo do maxilar. Possuem anal longa e grande número de escamas na linha lateral.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Produtor do Pantanal vai incluir equídeos em cadastro de MS sem exame de anemia
Portaria publicada ontem, pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (Iagro), no Diário Oficial do Estado (DOE), padroniza procedimentos de trânsito de equídeos no Pantanal sul-mato-grossense. A publicação desobriga o proprietário de animais da região de apresentar exame de anemia infecciosa equina para inserir saldo de equídeos após 20 de dezembro de 2010 nas propriedades localizadas na região.
Ficou dispensada a exigência da apresentação do exame para a inserção nas propriedades localizadas na área compreendendo a totalidade dos municípios de Corumbá e Ladário, e parte dos municípios de Aquidauana, Coxim, Miranda, Porto Murtinho e Rio Verde de Mato Grosso. Porém foi mantida a exigência da apresentação de Guia de Trânsito Animal (GTA) para o trânsito dos animais.
Não será mais necessária a apresentação do exame também para as comitivas que transportarem animais exclusivamente dentro da área dos municípios citados. Já para o trânsito na região do Planalto é obrigatório que os animais estejam acompanhados de GTA e Exame Negativo para a anemia infecciosa equina. O mesmo ocorre com a participação de eqüídeos em qualquer evento agropecuário com aglomeração de animais, localizado na área.
O trânsito de equídeos que tenham como destino definitivo propriedades localizadas na região do Planalto deverão estar acompanhados de GTA e Exame Negativo para AIE. Os identificados com a marca "A MS" (positivo para a doença) não poderão transitar. Os animais em trânsito com a marca "A MS" deverão ser sacrificados.
De acordo com o órgão, o proprietário que tiver interesse em enquadrar propriedade na região do Pantanal como "livre de anemia infecciosa equina" deverá procurar uma unidade veterinária da Iagro para obter informações de como atingir o status sanitário. O descumprimento das exigências da portaria acarretará na aplicação de penalidades dispostas na Lei 3.823/2009.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
PANTANAL
A alternância de longas estiagens e de grandes enchentes, é o mecanismo regulador que exerce um perfeito controle sobre a atividade da maior parte do abundantes seres vivos que habitam o Pantanal, que possui a maior concentração de fauna das Américas tanto quanto as formas, como ao número de indivíduos.
Topetinho (macho) Lophornis chalibea
Foto de Carlos Ravazzani
Foto de Carlos Ravazzani
As aves especialmente as aquáticas, são as mais adaptadas às condições ambientais da região do Pantanal. Devido a sua grande facilidade de deslocamento podem aproveitar ao máximo os ciclos de "enchentes"' e "vazantes". As variações climáticas e hidrológicas do Pantanal determinam o comportamento alimentar e reprodutivo, não apenas das aves, como de toda a fauna. Os fatores que condicionam o período de reprodução são principalmente a disponibilidade de recursos alimentares e de sítios de nidificação.
Tucano-de-bico-verde Ramphastos dicolorus
Foto de Carlos Ravazzani
Foto de Carlos Ravazzani
No período de "vazante", quando as águas voltam aos leitos dos rios, ocorre a saída do peixe jovem, dos campos para os rios. Como nem todo peixe consegue sair, formam-se concentrações dos mesmos nos remanescentes corpos d'água pouco profundos. Neste período se dá a chegada das aves aquáticas. A grande quantidade de peixe em águas rasas, fáceis de capturar, garante a fonte protêica necessária ao desenvolvimento do ciclo reprodutivo. A vegetação alta da margem das lagoas oferece local apropriado para nidificação. Estabelecem-se então os chamados "viveiros" ou "ninhais" compostos por cabeça-secas Mycteria americana, garças brancas Casmerodius albus e Egretta thula, colhereiros Ajaia ajaja, maguaris Ardea cocoi, socozinhos Butorides striatus. Estes viveiros, entretanto, não são constituídos exclusivamente por aves, mas também por outros organismos, presas e predadores como o caracará Pblyborus plancus, o urubu-comum Coragyps atratus,o bugio Alouatta caraya, o macaco-prego Cebus apella e a cobra sucuri Eunectes noctaeus., dentre outros. Quando o rio Paraguai transborda e inicia a "enchente" da grande planície pantaneira e a fauna não migratória procura as terras altas como refúgio, os peixes entram nos campos inundados, nos chamados corixos e baías à procura de alimento e lugares apropriados para desovar. As aves migratórias abandonam a região.
O Pantanal é um paraíso para os ornitologistas e para os observadores de pássaros. Ver e fotografar belas aves aquáticas e paludícolas não é difícil nesta região. Desde a maior cegonha do mundo, símbolo do Pantanal, o tuiuiú ou jaburu Jabiru mycteria cuja figura sonolenta, descansando sobre somente uma perna, faz parte integrante da paisagem pantaneira, até as pequenas jaçanãs Jacana jacana que não param de mover-se sobre plantas aquáticas capturando insetos, e aos milhares de garças Casmerodius, Egretta, Pilherodius, colhereiros Ajaia ajaja, martins-pescadores Ceryle, Chloroceryle, cabeças-secas Mycteria americana, patos Cairina e marrecas Dendrocygna. Ao lado destas aves aquáticas, numerosos gaviões Polyborus, Busarellus, Rosthramus, papagaios Amazona, arara-azul Anodorhynchus, araras e maracanãs Ara, tucanos Ramphastos e um sem número de passeriformes, como o joão-pinto Icterus, o verão Pyrocephalus, japu Psarocolius, o cardeal e o galo de campina Paroaria que enchem de sons e cores as terras pantaneiras.
Capivaras Hydrocoerus hydrochaeris
Foto de Carlos Ravazzani
Foto de Carlos Ravazzani
Nas áreas de cerrado e campinas encontramos a ema Rhea americana, maior ave do continente americano, parente próximo da avestruz, que, impossibilitada de voar, desloca-se andando ou correndo. Também observamos a seriema Cariama cristata que apesar de poder voar, prefere correr sempre que pode. Aliás a própria morfologia dessas duas grandes aves bem demonstra o pendor pela corrida, possuindo corpo esguio e pernas compridas.
Maria-faceira Syrigma sibilatrix
Foto de José Paulo Fagnani
Foto de José Paulo Fagnani
Ocupando as densas matas de galeria que se estendem na beira dos rios, encontramos o maior mamífero do Brasil, a anta Tapirus terrestris. Vivem também nas proximidades dos rios, dois roedores; a paca Agouti paca, com hábitos noturnos, e a cutia Dasyprocta aguti, com hábitos diurnos e por isso mesmo mais freqüentemente observada. O quati ou coati Nasua nasua anda em bandos; habita diferentes comunidades e possui dieta extremamente variada.
Sobre as árvores das matas de galeria vivem pequenas comunidades de macaco-prego Cebus apella que tem esse nome porque o macho possui pênis longo e delgado parecendo um prego. Outro símio encontradiço no Pantanal é o bugio ou guariba Alouatta caraya que freqüenta o topo das árvores mais altas. É corpulento, pesando mais de 8 quilos e o macho mais velho, o "capelão"' lidera um bando de uma dezena de indivíduos. Todas as manhãs, os bugios demarcam seus domínios emitindo sons como se estivessem soprando em garrafas vazias. O bugio é caracterizado anatomicamente pelo grande desenvolvimento do osso hióide, que funciona como uma caixa de ressonância, propiciando que seu ronco de baixos profundos ecoe a grandes distâncias.
Entre os felinos encontramos a jaguatirica Felis pardalis, a suçuarana ou onça-parda Felis concolor e o magnífico jaguar ou onça-pintada Panthera onca, outrora abundante, atualmente ameaçada de extinção, vítima de muitos anos de perseguição por caçadores. Alguns fazendeiros ainda abatem os derradeiros espécimes de jaguar-canguçu, argumentando que o imponente felino ataca o gado.
Garça-branca-grande Casmerodius albus
Foto de José Paulo Fagnani
Foto de José Paulo Fagnani
Os varrões, campos encharcados cuja característica é a palmeira buriti Mauritia flexuosa, são, por excelência, o habitat do cervo-do-pantanal Blastocerus dichotomus, o maior e mais belo cervídio da América do Sul. Apesar de protegido, por estar há muito tempo relacionado entre as espécies ameaçadas de extinção, a população do cervo tem se reduzido a cada ano, pois têm sido vítimas de enfermidades transmitidas pelo gado bovino, como a brucelose e a febre aftosa.
Outra espécie muito abundante e típica na região é a capivara Hydrochoerus hydrochaeris, o maior roedor do mundo. Vivem em grupos de 10 a 20 membros e alimentam-se de gramíneas e plantas aquáticas. Com seus pés palmados, nadam bem e, para escapar aos predadores, permanecem submersas até 10 minutos. São perseguidas pelos fazendeiros por destruirem as roças e consideradas portadoras e transmissores do "mal das cadeiras" causado pelo Tripanossoma equinum, doença que ataca os cavalos.
Os jacarés Caiman yacare são abundantes. Praticamente não existe lago, baía ou banhado, sem jacaré; as cavas ao longo das rodovias estão repletas deles e nas margens dos rios, os vemos correndo e mergulhando rápido, quando nos aproximamos com o barco. É freqüente atravessarem as estradas onde algumas vezes são atropelados. À noite pelo reflexo da luz de uma lanterna ou farol, os olhos dos jacarés salpicam as lagoas com centenas de pontos luminosos de cor vermelha.
Apesar da maioria dos fazendeiros respeitar o jacaré, pelo fato dele ser o predador natural da piranhas, milhares ou milhões destes sáurios são abatidos anualmente por caçadores clandestinos conhecidos por "coureiros". As peles são contrabandeadas através do Paraguai e Bolívia. Embora esta atividade tenha diminuído nos últimos anos, a vastidão da área, a fiscalização precária e a sólida organização dos caçadores e comerciantes ilegais, torna difícil coibir a ação das quadrilhas.
Jacaré Cayman yacare comendo uma piranha Serrasalmus sp.
Foto de Carlos Ravazzani
Foto de Carlos Ravazzani
É riquíssima a fauna icitiológica dos rios do Pantanal, que estão incluídos entre os mais piscosos do mundo e onde já foram identificadas 263 espécies de peixes.
Entre os caracídeos, peixes de escamas, que possuem orientação visual e têm hábitos diurnos destaca-se o dourado Salminus maxillosus que pode chegar a 30 quilos e é considerado pelos pescadores esportivos como o "rei do rio" devido à valentia que exibe ao ser fisgado, procurando, com grandes saltos fora d'água desvencilhar-se do anzol. Abundantes, são o pacu Piaractus mesopotamicus e o pacupeva Mylossoma orbignyanum, peixes com forma arredondada, que gostam de comer os frutos silvestres das figueiras, ingazeiros ou gameleiras existentes às margens dos rios. Sua carne é muito apreciada pelos pantaneiros. Encontramos ainda, com escamas, a piraputanga Brycon hilarii, a curimbatá Prochilodus lineatus, o piau, a piava e o piavuçu Leporinius spp., e o lambari gêneros Astinanax e Tetragonopterus entre muitos outros. Há alguns anos foi introduzido no Pantanal norte, um peixe originário da bacia amazônica e que não havia no Pantanal, o tucunaré, belo e valente como o dourado, e por isso, muito apreciado pelos aficcionados da pesca esportiva.
Cara-cará Polyborus plancus
Foto de Carlos Ravazzani
Foto de Carlos Ravazzani
Numerosas são as narrativas de naturalistas, pescadores e pantaneiros, relatando acidentes provocados pela piranha, terríveis peixes carnívoros que apresentam ferocidade e voracidade incomuns, com o trabalho sangrento de seus dentes que parecem tenazes e navalhas ao mesmo tempo. Os rios alagados, baías e corixos do Pantanal estão infestados de piranhas, que também são caracídeos e se assemelham aos pacus. Dizem que o caldo de piranha, prato típico da cozinha pantaneira, é afrodisíaco. As espécies mais comuns são a piranha-preta ou piranha-vermelha Pygocentrus piraya que pode atingir 35 cm e na verdade é uma piranha amarela que muda de cor e a piranha-branca Serrassalmus brandti.
Socó-dorminhoco Nycticorax nycticorax
Foto de Carlos Ravazzani
Foto de Carlos Ravazzani
Entre os siluriformes, estão as verdadeiras magestades aquáticas do Pantanal. São os chamados peixes de couro, que não possuem escamas e geralmente ostentam barbilhões junto à boca. Têm hábitos noturnos e se orientam principalmente através do olfato e do gosto. Destacam-se o jaú Pauliceia luetkeni que pode pesar mais de 100 quilos e o pintado ou surubim-pintado Pseudoplatistoma coruscans, que possui carne saborosa e pode atingir, em geral, até 25 quilos. Semelhante ao pintado, porém apresentando o corpo com estrias negras em vez de pintas, o cachara ou surubim-cachara Pseudoplatistoma fasciatuin. Ainda entre os siluriformes: o barbado Pinirampus pirinampus, o jurupensen Sorubim lima, o jurupoca Hemísorubim platyrhynchos, o palmito Ageneiosus brevifilis, o lindo bagre ou mandi amarelo Pimelodus clarias e o cascudo Liposarcus anisitsi, com o corpo recoberto de placas ósseas.
De particular interesse são as pirambóias Lepidosiren paradoxa, peixes pulmonados, considerados fósseis vivos, dos quais só existem quatro espécies no mundo, uma na América do Sul. Merecem destaque ainda alguns pequenos peixes apreciados por aquariofilistas como o mato-grosso Hyphessobrycon eques e o tetra-negro Gynmnocorymbus ternetzi.
Ninho de tuiuiu ou jaburu Jabiru mycteria
Foto de José Paulo Fagnani
Foto de José Paulo Fagnani
Na estação chuvosa, as espécies mais procuradas deixam os rios e vão para as áreas inundadas, onde há muito alimento. No final de abril, quando as chuvas se tornam menos freqüentes e as águas começam a baixar, voltam aos rios novamente, sinal evidente de que as chuvas teminaram. Inexplicavalmente, pois a desova só vai ocorrer meses mais tarde, diversas espécies de peixes, reunindo-se em vastos cardumes começam de novo a nadar rio acima. Os cardumes são tão extensos, densos e dramáticos que podem ser ouvidos chapinhando a grandes distâncias. O fenômeno é conhecido no Pantanal como lufada, pois quando aparece um cardume na curva do rio, a água aparece açoitada por um temporal. A superfície fica fervilhando de peixes e milhares de lambaris, curimbatás, piavas, piavuçus, dourados, peixes-cachorros e piraputangas saltam nas águas, irradiando um brilho de ouro e prata nas rápidas trajetórias pelo ar. Não confundir com a piracema, que ocorre na época da reprodução (novembro a fevereiro) quando cardumes sobem os rios, transpondo as corredeiras aos saltos, para desovarem nas águas calmas das cabeceiras.
Na estação das secas os fazendeiros locais costumam atear fogo nas pastagens ressecadas. Quando eclodem as chuvas, as cinzas depositadas sobre a terra são arrastadas para os rios. Essa mistura de cinza e terra é muito rica em soda cáustica e acaba por envenenar cardumes inteiros de peixes em questão de horas. A este fenômeno o pantaneiro dá o nome de dequada.
Tuiuiu ou Jaburu Jabiru mycteria
Foto de Carlos Ravazzani
Foto de Carlos Ravazzani
A exploração racional do esporte da pesca, no Pantanal, representa uma significativa fonte de renda, através do turismo. A pesca esportiva realizada com o caniço e anzol está regulamentada pelas autoridades federais e não representa maiores perigos para a fauna ictiológica do Pantanal, sendo até útil no sentido de promover uma espécie de desbaste dos cardumes, retirando os peixes de grande porte e oferecendo aos menores maiores possibilidades de crescimento. O mesmo não se pode dizer da pesca predatória onde inescrupulosos pescadores profissionais, sem obedecer a períodos de produção e tamanho mínimo dos peixes e utilizando equipamentos proibidos como espinhéis, redes, tarrafas e até explosivos, retiram diariamente dos rios pantaneiros muitas toneladas de peixes. A diminuição sensível dos peixes, principalmente do dourado, já se faz sentir, em muitos pesqueiros outrora famosos pela sua piscosidade, como os do rio Taquari.
Mais informação
O Complexo do Pantanal, ou simplesmente Pantanal, é um ecossistema com 250 mil km² de extensão, situado no sul de Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul, ambos Estados do Brasil, além de também englobar o norte do Paraguai e leste da Bolívia (que é chamado de chaco boliviano), considerado pela UNESCO Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.
Generalidades do Pantanal
Guia de viagens sobre Pantanal no Wikitravel.
O Pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e está localizado no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai. Sua área é de 138.183 km², com 65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso. A região é uma planície pluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e abundância, influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Chaco e Mata Atlântica.
O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também para outros animais, como os jacarés, as capivaras e ariranhas, entre outras espécies. Muitos animais ameaçados de extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira, como o cervo-do-pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.
Devido a baixa declividade desta planície no sentido norte-sul e leste-oeste, a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai, chega a gastar quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal. Os ecossistemas são caracterizados por cerrados e cerradões sem alagamento periódico, campos inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos.
O clima do Pantanal é quente e úmido, no verão, e frio e seco, no inverno. A maior parte dos solos do Pantanal são arenosos e suportam pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado bovino, introduzido pelos colonizadores da região.
Preocupada com a conservação do Pantanal a Embrapa instalou, em 1975, em Corumbá, uma unidade de pesquisa para a região, com o objetivo de adaptar, desenvolver e transferir tecnologias para o uso sustentado dos seus recursos naturais. As pesquisas se iniciaram com a pecuária bovina, principal atividade econômica e, hoje, além da pecuária, abrange as mais diversas áreas, como recursos vegetais, pesqueiros, faunísticos e hídricos, climatologia, solos, avaliação dos impactos causados pelas atividades humanas e sócio-economia.
A Planície do Pantanal possui aproximadamente 230 mil km², medida estimada pelos estudiosos que explicam que dificilmente pode ser estabelecido um cálculo exato de suas dimensões, por em vários pontos ser muito difícil estabelecer onde começa e onde termina o Pantanal e as regiões que o circundam, além de a cada fechamento de ciclo de estações de seca e de águas o Pantanal se modifica.
Sua área é de 138.183 km² (64,64% em Mato Grosso do Sul e 35,36% em Mato Grosso (J. S. V. SILVA et al, 1998)). Considerada uma das maiores planícies de sedimentação do planeta, o Pantanal estende-se pela Bolívia e Paraguai, países em que recebe outras denominações, sendo Chaco a mais conhecida.
Em que pese o nome, há um reduzido número de áreas pantanosas na região pantaneira. Na verdade, é uma imensa planície, dividida em dez sub-regiões distintas no Brasil, chamadas de pantanais:
Pantanal de Cáceres, no noroeste;
Pantanal do Poconé, no norte;
Pantanal de Barão de Melgaço, no nordeste;
Pantanal do Paraguai, no oeste;
Pantanal do Paiaguás, no centro;
Pantanal de Nhecolândia, também no centro;
Pantanal do Abobral, no centro-sul;
Pantanal de Aquidauana, no leste;
Pantanal de Miranda, no sudeste;
Pantanal de Nabileque, no sul.
Sua constituição, única no planeta, é resultado da separação do oceano há milhões de anos, formando o que se pode chamar de mar interior. A planície é levemente ondulada, pontilhada por raras elevações isoladas, geralmente chamadas de serras e morros, e rica em depressões rasas. Seus limites são marcados por variados sistemas de elevações como chapadas, serras e maciços, e é cortada por grande quantidade de rios dos mais variados portes, todos pertencentes à Bacia do Rio Paraguai — os principais são os rios Cuiabá, Piquiri, São Lourenço, Taquari, Aquidauana, Miranda e Apa. O Pantanal é circundado, do lado brasileiro (norte, leste e sudeste) por terrenos de altitude entre 600 e 700 metros; estende-se a oeste até os contrafortes da cordilheira dos Andes e se prolonga ao sul pelas planícies pampeanas centrais.
O Pantanal vive sob o desígnio das águas: ali, a chuva divide a vida em dois períodos bem distintos. Durante os meses da seca — de maio a outubro, aproximadamente — , a paisagem sofre mudanças radicais: no baixar das águas, são descoberto campos, bancos de areia, ilhas e os rios retomam seus leitos naturais, mas nem sempre seguindo o curso do período anterior. As águas escorrem pelas depressões do terreno, formando os corixos (canais que ligam as águas de baías, lagoas, alagados etc. com os rios próximos).
Nos campos extensos cobertos predominantemente por gramíneas e vegetação de cerrado, a água de superfície chega a escassear, restringindo-se aos rios perenes, com leito definido, a grandes lagoas próximas a esses rios, chamadas de baías, e a algumas lagoas menores e banhados em áreas mais baixas da planície. Em muitos locais, torna-se necessário recorrer a águas subterrâneas, do lençol freático ou aqüíferos, utilizando se bombas manuais e ou tocadas por moinhos de vento para garantir o fornecimento às moradias e bebedouros de animais domésticos.
As primeiras chuvas da estação caem sobre um solo seco e poroso e são facilmente absorvidas. De novembro a abril as chuvas caem torrenciais nas cabeceiras dos rios da Bacia do Paraguai, ao norte. Com o constante umedecimento da terra, a planície rapidamente se torna verde devido à rebrotação de inúmeras espécies resistentes à falta d'água dos meses precedentes. Esse grande aumento periódico da rede hídrica no Pantanal, a baixa declividade da planície e a dificuldade de escoamento das águas pelo alagamento do solo, são responsáveis por inundações nas áreas mais baixas, formando baías de centenas de quilômetros quadrados, o que confere à região um aspecto de imenso mar interior.
O aguaceiro eleva o nível das baías permanentes, cria outras, transborda os rios e alaga os campos no entorno, e morros isolados sobressaem como verdadeiras ilhas cobertas de vegetação — agrupamentos dessas ilhas são chamados de cordilheiras pelos pantaneiros — nas ilhas e cordilheiras os animais se refugiam à procura de abrigo contra a subida das águas.
Nessa época torna-se difícil viajar pelo Pantanal pois muitas estradas ficam alagadas e intransitáveis. O transporte de gente, animais e de mercadorias só pode ser feito no lombo de animais de carga e embarcações — muitas propriedades rurais e povoações (também conhecidas como corrutelas) localizadas em áreas baixas ficam isoladas dos centros de abastecimento e o acesso a elas, muitas vezes, só pode ser feito por barco ou avião.
Com a subida das águas, grande quantidade de matéria orgânica é carregada pela correnteza e transportada a distâncias consideráveis. Representados, principalmente, por massas de vegetação flutuante e marginal e por animais mortos na enchente, esses restos, durante a vazante, são depositados nas margens e praias dos rios, lagoas e banhados e, após rápida decomposição, passam a constituir o elemento fertilizador do solo, capaz de garantir a enorme diversidade de tipos vegetais lá existente.
Por entre a vegetação variada encontram-se inúmeras espécies de animais, adaptados a essa região de aspectos tão contraditórios. Essa imensa variedade de vida, traduzida em constante movimento de formas, cores e sons é um dos mais belos espetáculos da Terra. Por causa dessa alternância entre períodos secos e úmidos, a paisagem pantaneira nunca é a mesma, mudando todos os anos: leitos dos rios mudam seus traçados; as grandes baías alteram seus desenhos.
Atividades Econômicas
As principais atividades econômicas do Pantanal estão ligadas à criação de gado bovino, que é facilitada pelos pastos naturais e pela água levemente salgada da região, ideal para esses animais. Para peões, fazendeiros e coureiros, o cavalo é um dos principais meios de transporte. Os pescadores, que buscam nos rios sua fonte de sustento e alimentação. Há também, uma pequena população indígena ribeirinha , muito reduzida pelos conflitos de terra.
Entre os problemas ambientais do Pantanal estão o desequilíbrio ecológico provocado pela pecuária extensiva, que destrói a vegetação nativa; a pesca e a caça predatórias de muitas espécies de peixes e do jacaré; o garimpo de ouro e pedras preciosas, que gera erosão, assoreamento e contaminação das águas dos rios Paraguai e São Lorenço; o turismo descontrolado que produz o lixo, esgoto e que ameaça a tranqüilidade dos animais, etc. Cerrado ameaçado O INCENTIVO DADO PELOS GOVERNOS ,a partir da década de 1960,para desenvolver a região Centro-Oeste através da implantação de projetos agropecuarios, trouxe muitas alteraçoes nos ambientes do cerrado ,ameaçando a sua biodiversidade.
Diversidade
Flora do Pantanal
A vegetação pantaneira é um mosaico de três regiões distintas: amazônica, cerrado e chaco (paraguaio e boliviano). Durante a seca, os campos se tornam amarelados e não raro a temperatura desce a níveis abaixo de 0 ºC, influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente.
A vegetação do Pantanal não é homogênea e há um padrão diferente de flora de acordo com o solo e a altitude. Nas partes mais baixas, predominam as gramíneas, que são áreas de pastagens naturais para o gado — a pecuária é a principal atividade econômica do Pantanal. A vegetação de cerrado, com árvores de porte médio entremeadas de arbustos e plantas rasteiras, aparece nas alturas médias. A poucos metros acima das áreas inundáveis, ficam os capões de mato, com árvores maiores como angico, ipê e aroeira.
Em altitudes maiores, o clima árido e seco torna a paisagem parecida com a da caatinga, apresentando espécies típicas como o mandacaru, plantas aquáticas, piúvas (da família dos ipês com flores róseas e amarelas), palmeiras, orquídeas, figueiras e aroeiras.
Fauna do Pantanal
A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica do planeta. Há 650 espécies de aves (no Brasil inteiro estão catalogadas cerca de 1800). A mais espetacular é a arara-azul-grande, uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda tuiuiús (a ave símbolo do Pantanal), tucanos, periquitos, garças-brancas, jaburus, beija-flores (os menores chegam a pesar dois gramas), socós (espécie de garça de coloração castanha), jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões, carcarás e curicacas.
No Pantanal já foram catalogadas mais de 1.100 espécies de borboletas. Contam-se mais de 80 espécies de mamíferos, sendo os principais a onça-pintada (atinge a 1,2 m de comprimento, 0,85 cm de altura e pesa até 200 kg), capivara, lobinho, veado-campeiro, veado catingueiro, lobo-guará, macaco-prego, cervo do pantanal, bugio (macaco que produz um ruído assustador ao amanhecer), porco do mato, tamanduá, cachorro-do-mato, anta, preguiça, ariranha, suçuarana, quati, tatu etc.
A região também é extremamente piscosa, já tendo sido catalogadas 263 espécies de peixes: piranha (peixe carnívoro e extremamente voraz), pacu, pintado, dourado, cachara, curimbatá, jaú e piau são as principais encontradas.
Há uma infinidade de répteis, sendo o principal o jacaré (jacaré-do-pantanal e jacaré-de-coroa), cobras (sucuri, jibóia, cobras-d’água e outras), lagartos (camaleão, calango-verde) e quelônios (jabuti e cágado).
Principais cidades localizadas dentro do Pantanal
Corumbá, principal centro de apoio ao turistaAquidauana;
Cáceres (capital mundial da pesca);
Corumbá (a capital do pantanal);
Coxim;
Miranda.
Poconé;
Barão de Melgaço;
Assinar:
Postagens (Atom)