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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Cocos no Pantanal: alternativas sustentáveis para fazendas

Babaçu é uma das palmeiras facilmente encontradas no Pantanal.
Babaçu é uma das palmeiras facilmente encontradas no Pantanal.
Babaçu e acuri são duas espécies de palmeiras bem comuns no Brasil e também presentes no Pantanal sul-mato-grossense. O Babaçu é mais comum na Amazônia, mas também está presente nessa região de Mato Grosso do Sul por encontrar condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Com isso, possui um importante papel na alimentação da fauna local. A parte externa do babaçu é mais mole, serve de alimento para a cutia, várias espécies de ratos e, principalmente, para o porco do mato. Já a parte interna, a castanha, apenas duas espécies de ratos silvestres conseguem comer, os quais contribuem para a dispersão dessas sementes, quando as enterram em suas tocas.

As características do acuri são semelhantes, apesar de ter um coco menor, a palmeira produz em grande quantidade. O acuri também é fonte de alimento para os mesmos animais que se alimentam do babaçu, incluindo a arara azul, que também consegue quebrar o coco para se alimentar da castanha.

Tanto a castanha do babaçu quanto a do acuri podem ser utilizadas como matérias-primas para óleo vegetal (biodiesel), após sofrer um processo de prensagem. O resíduo desse processo pode servir como alimento para animais domésticos, já que é rico em carboidratos. Além disso, a parte dura pode ser transformada em carvão, servindo de fonte de energia para a fazenda ou para a indústria siderúrgica.

Essas plantas podem ser aproveitadas de várias maneiras e, assim, contribuir com a sustentabilidade da fazenda. Para o pesquisador do laboratório de vida selvagem da Embrapa Pantanal, Walfrido Moraes Tomás, os cocos produzidos por essas palmeiras podem reduzir os insumos, custos da fazenda, além de diminuir o consumo dos combustíveis fósseis. Esses recursos naturais do Pantanal são alguns exemplos de como pode existir sustentabilidade na produção pecuária da região. “O que temos hoje é a maioria das fazendas vivendo somente da pecuária, mas a idéia é diversificar. A tecnologia para a confecção do óleo já existe, é preciso verificar as estratégias de produção e aproveitamento pelos fazendeiros. Por exemplo, as fazendas podem gerar seu próprio diesel para utilizar nos seus veículos e máquinas. Isso ajudaria muito a reduzir os gastos da propriedade. Além do mais, contribui para diminuir a emissão de gases de efeito estufa”, defende Tomás.

Outro ponto ressaltado pelo pesquisador é que as palmeiras produzem continuadamente, são totalmente renováveis e encontradas facilmente na mata, o que não acontece com as fontes fósseis utilizadas na fabricação de combustíveis

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