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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Sentinelas da Planície

A anhuma  é a sentinela da planície. Metade lenda, metade verdade, diz-se que a anhuma aloja-se nas árvores mais altas e grita algo como um "viu-viu" retumbante para avisar que algum estranho se aproxima. É ave de vôo fácil e elegante. Tem dois esporões nas asas, que usa para se defender. Mas sua característica mitológica é uma espécie de chifre que se projeta do crânio como se fosse uma antena -  daí a lenda de que a anhuma capta os sinais de perigo e alerta seus amigos da planície.    

O biguá vive basicamente de peixes, crustáceos, caranguejos e camarõezinhos, quer dizer ocupa um posto alto na cadeia alimentar. Com aquele pescoço comprido e a facilidade de se atirar na água, dá gosto ver o biguá pescando, com o tanto de tempo que ele fica embaixo d’agua. Se está no rio e a gente dá em cima dele com o barco, ele aposta corrida um pouco no nado mas, vendo a gente se aproximar, dá um mergulho elegante para voltar à tona lá atrás, sempre com os olhinhos muito vivos.
De um lado, as aves aquáticas como o biguá estão no topo da cadeia alimentar ; de outro, são seres vulneráveis, sensíveis, fracos. Altamente suscetíveis à contaminação e à pertubação do meio ambiente, funcionam como um indicador geral das condições de vida do ecossistema. Estando tudo bem com o biguá , está tudo bem com o meio ambiente. Mas, se as condições sofrerem algumas alterações para o pior, o biguá é o primeiro a demonstrar, seja morrendo, seja desregulando seu sistema de produção. É o sinal de alerta para o que vai acontecer aos outros bichos depois.

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