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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

PRINCIPAIS AMEAÇAS DO PANTANAL

O Pantanal é a maior planície alagada das Américas

São Paulo - O Pantanal Mato-grossense é a maior planície alagada do continente americano, com 133.465 Km2. Localizado no Centro-Oeste brasileiro, engloba parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de avançar para Bolívia e Paraguai.
A localização estratégica, sob influência de diversos ecossistemas - Cerrado, Chaco, Amazônia e Mata Atlântica -, associada a ciclos anuais e plurianuais de cheia e seca e temperaturas elevadas, faz do Pantanal o local com a maior concentração de fauna das Américas, sendo comparável às áreas de maior densidade da África. Jacarés, araraúnas, papagaios, tucanos, além do emblemático tuiuiú são parte da paisagem pantaneira.
Sua biodiversidade inclui mais de 650 espécies diferentes de aves, 262 espécies de peixe, 1.100 espécies de borboletas, 80 espécies de mamíferos e 50 de répteis. Além disso, o Pantanal conta com 1.700 espécies de plantas.
Jacarés e tuiuius são parte da paisagem pantaneira: a maior concentração de fauna das Américas
A principal característica dessa região é a interdependência de quase todas as espécies de plantas e animais do fluxo das águas.
Durante os meses de outubro a abril, as chuvas aumentam o volume dos rios que, devido à pouca declividade do terreno, extravasam seus leitos e inundam a planície. Nessa época, muitos animais buscam refúgio nas terras 'firmes', espalhando-se pelas áreas não inundadas. Peixes se reproduzem e plantas aquáticas entram em floração.
Ao final do período das chuvas, entre junho e setembro, as águas baixam lentamente e voltam ao seu curso natural, deixando os nutrientes que fertilizam o solo. As aves se aglomeram em imensos ninhais, iniciando a reprodução antes da maioria das espécies dos outros ecossistemas brasileiros. Mamíferos e répteis migram internamente, acompanhando as águas. No auge da seca, a fauna se concentra em torno das lagoas e pequenos cursos d'água - os corixos - facilitando sua observação, tanto por turistas, como por coletores e caçadores.

Principais ameaças

Criação de gado é a principal atividade econômica da região.
Introduzida no final do século XIX, a criação de gado bovino é a principal atividade econômica do Pantanal e conta com um rebanho de 3 milhões de cabeças. Tradicionalmente, a pecuária extensiva também obedecia ao ritmo das águas, tendo se desenvolvido, inclusive, raças pantaneiras de bovinos e eqüinos, adaptados ao pastejo em águas rasas. A modernização dessa pecuária, entretanto, trouxe a divisão de terras, variedades exóticas de capim e a necessidade de interferir no fluxo das águas com pequenas represas, estradas, dragagens e drenagens, além de difundir o uso de pesticidas.
A pesca é outra atividade bastante desenvolvida. Em que pese a enorme produtividade pesqueira do ecossistema e a riqueza de espécies comerciais, tanto a pesca industrial - para exportação a outras regiões do país ou para abastecimento dos restaurantes e hotéis - como o turismo de pesca ameaçam a sustentabilidade. Os peixes estão diminuindo de tamanho e tornando-se mais raros, nítidos sinais de superexploração, aos quais se somam problemas de contaminação por pesticidas e poluição industrial, sobretudo nos rios que vem do planalto.
Pesca sem controle: peixes estão diminuindo de tamanho e tornando-se raros.
Essa falta de controle sobre as atividades desenvolvidas na região e seu entorno motivaram o Banco Mundial a considerar o Pantanal como área vulnerável e prioridade máxima para conservação. Somam-se, ainda, problemas com a mineração, o aumento do lixo urbano e projetos de navegação. Algumas atividades, como a caça ilegal e o crescimento desordenado do turismo, representam ameaça direta à vida selvagem, além da pesca predatória.
Existem apenas duas áreas protegidas pelo governo nessa região - o Parque Nacional do Pantanal, com 135.000 hectares, e a Estação Ecológica de Taiamã, com 11.200 hectares. Além disso, existem três Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), administradas pela Fundação Ecotrópica - Acurizal, Penha e Dorochê -, que somam 55.000 hectares contíguos ao Parque Nacional e aumentam em 44% a área protegida.
A recomendação do workshop de Áreas Prioritárias para Conservação do Cerrado e do Pantanal, realizado em 1998, com a participação de 200 especialistas, é de formação de corredores ao longo dos rios, interligando 20 áreas consideradas importantes para preservação da biodiversidade

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