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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

HIDROVIA PARAGUAI-PANTANAL


Palco de acaloradas discussões entre os ecologistas e o governo dos estados e dos países que compõem o Pantanal, a Hidrovia Paraguai-Paraná tem sido alvo de inúmeras denúncias e, além da importância estratégica e econômica da projeto, poucas publicações técnico-científicas tem sido editadas com o propósito de condenar ou elogiar o projeto.
Trata-se de um projeto visando a ligação fluvial do Porto de Cáceres em Mato Grosso - Brasil, ao Porto de Nueva Palmira no Uruguai, perfazendo aproximadamente 3.400 Km e um custo estimado de construção na faixa de US$ 1,3 bilhão, financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Tal ligação hoje está parcialmente inviabilizada para embarcações de médio a grande porte, pois as condições de navegação dos rios não são adequadas.As obras prevêem retificações e rebaixamento do leito do rio Paraguai além de explosões de rochas e construção de diques nos afluentes.

Impactos Ambientais

Embora o estudo de impacto ambiental ainda não esteja concluído as obras já se iniciaram em muitos pontos do percurso da hidrovia. Tais eventos colocam em risco a fauna e a flora do Pantanal pois os efeitos destas mesmas obras sequer foram apontados ou levantados pelas autoridades e técnicos envolvidos.
Porém as ONG's já emitem algumas opiniões a respeito. Dentre estas opiniões pode-se destacar: - a modificação do traçado e da profundidade original dos rios pode alterar o regime de águas da região; - a demolição de soleiras rochosas como meio de aprofundar o canal de navegação poderia não mais sujeitar grandes áreas à inundação sazonal; - o escoamento superficial aumentaria com a melhoria dos canais dos rios, podendo causar a intensificação das cheias reduzindo os períodos de seca e provocando por conseguinte mudanças climáticas regionais.

Impactos Sociais

De acordo com algumas ONG's estas mudanças no ecossistema poderia interferir na vida de comunidades de pescadores, camponeses e índios. Na região cortada pela hidrovia vivem, pelo menos, os índios bororos, guaranis, terenas e guatós.
A representante dos grupos indígenas da região, a índia Marta Guarani em entrevista feita em 1994 a Folha de São Paulo, disse que as comunidades estão preocupadas: "Vão mexer com a nossa vida e nós não estamos sendo consultados.
Os nossos rios já estão contaminados com mercúrio e agora vão começar os barcos"

Vantagens Estratégicas e Econômicas

Como parte da política de integração latino-americana e/ou do Mercosul, a hidrovia é de importância vital para os países envolvidos, uma vez que o custo de transporte de cargas e alimentos sofre uma queda considerável quando feito pela hidrovia, além de acentuar consideravelmente o intercâmbio de produtos entre os países.
Tal queda no preço de transporte poderia trazer desenvolvimento para as regiões previlegiadas pela hidrovia, porém, tampouco um estudo minucioso desse impacto benéfico foi feito para as regiões envolvidas.
Alguns estudiosos afirmam também que apenas a cultura da soja seria beneficiada pela hidrovia e que projetos como a Ferronorte seriam concorrentes da hidrovia uma vez que também tem o objetivo de facilitar o transporte de soja. Muitos estudiosos defendem também que, se a preocupação é pela geração de empregos e de receita, a pesca pode gerar empregos ao mesmo tempo que o turismo no Pantanal gerou no ano de 1993 US$ 30 milhões com a movimentação de 100 mil turistas.

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